sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Quanto vale a marca de um clube?


Foi divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, um estudo feito pela consultoria Crowe Hoewath RCS sobre o valor das marcas mais valiosas no Brasil no que diz respeito a times de futebol.
O que tem passado ao largo é o entendimento acerca da metodologia adotada para se chegar aos números apresentados.
Deixarei de lado nesse momento, as marcas de clubes de futebol e passarei para as marcas do mundo corporativo.
Existem várias consultorias que publicam anualmente o ranking das marcas mais valiosas. Para efeito desse artigo, apresentarei os rankings de 2008 em bilhões de dólares, elaborados pela Brand Finance, Interbrand e Milward Brown.

Após a análise desses quadros, algumas dúvidas devem ter surgido, tais como:
Afinal Wal-Mart, Coca-Cola ou Google possui a marca com maior valor?
Qual consultoria está certa?
Não há resposta definitiva para essas questões, pois dependendo da metodologia utilizada, os resultados variarão.
Tais metodologias geralmente consideram critérios tanto qualitativos, como quantitativos, além de um mix dos mesmos.
Qualitativamente, as principais variáveis utilizadas estão relacionadas com o recall, reconhecimento e estima pela marca. No critério mais quantitativo, as variáveis estão voltadas aos resultados financeiros e desempenhos operacionais.
Cientes de que as diferentes metodologias são as responsáveis pelos diferentes resultados que as consultorias apresentam, volto ao tema que gerou esse artigo: as marcas dos times de futebol no Brasil.
Acho que os estudos a respeito são extremamente válidos, porém devem considerar um ponto que julgo importantíssimo:
O alto grau de fidelidade de um torcedor por seu time de futebol.
Ao contrário de uma marca de bebida ou supermercado, onde disponibilidade, preço, conveniência, entre outros, influenciam o consumo, no caso de um time de futebol, isso não acontece.
O apelo emocional faz com que até a liquidez da marca seja diferente em relação à das marcas de empresas / produtos.
Imaginem a situação de uma marca de time sendo comprada para ser descontinuada, para substituir outra, ou até mesmo para ser utilizada em outras localidades diferentes de sua praça original. O que aconteceria com seus torcedores?
Em resumo, a fidelidade à marca de times de futebol me leva a concluir que as metodologias para aferição de valor, passam obrigatoriamente por um estudo, onde cada clube seja segmentado em função dos perfis sócioeconômicos, demográficos, regionais e psicográficos de seus torcedores.
Além do que, o valor da marca de um clube traz uma forte correlação com a geração de receitas, sejam essas obtidas através de bilheteria, direitos de TV, associação, licenciamento e/ou patrocínios.
Portanto, não basta apenas saber o tamanho da população, mas principalmente o poder e a aspiração de consumo que ela tem.


3 comentários:

  1. Não sei se estou enganada, mas uma marca de um clube não vale nada!
    Vocês se lembram das Casas da Banha? E do Rei da Voz? E da Pan Am? E do BCN? E da Burroughs? Chega?
    Todos sempre foram gigantes nos seus setores e, de uma forma ou de outra, acabaram!
    Com clubes é a mesma coisa!
    Se o Flamengo acabar, eu não vou sentir nenhuma falta!

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  2. Enfim um material que não confunde marketing com publicidade.

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