terça-feira, 22 de março de 2011

Isso aqui é...deixa pra lá

Uma das tônicas desse blog é fazer um paralelo entre o mundo esportivo e o ambiente corporativo, pois acreditamos que ambos, além de guardarem estreita relação, podem vir a se aproveitar de conceitos, por ora mais desenvolvidos em algum deles.
Evidentemente o marketing deve nortear o assunto a ser abordado, porém algumas vezes, esse pode não estar associado diretamente a algum assunto, mesmo que intrinsecamente faça parte do tema.

A área de Recursos Humanos, por exemplo, pode vir a ser muito importante para a imagem e para os aspectos mercadológicos de uma empresa, portanto cabe também a essa área estar atenta às diversas oportunidades de impressionar e tratar bem um candidato, mesmo que esse não seja contratado, pois sempre existe a possibilidade dele no futuro vir a ter que se decidir por ser ou não consumidor de algum produto dessa empresa.
Na verdade, a razão principal para um bom tratamento não deveria ser a incerteza do futuro, mas o comprometimento com a educação e o respeito ao ser humano, entretanto, cientes da falta desses atributos em algumas pessoas, apela-se para o futuro como forma de incentivo dessas boas práticas.
Por outro lado, cabe também a esses candidatos ou mesmo funcionários, o cumprimento de algumas "regrinhas", entre elas destaco:

  • Nunca falar mal do ex-empregador
Mesmo que esse tenha inúmeros defeitos, é feio, deselegante, e além de passar a impressão de que fará o mesmo quando sair daquela empresa, ainda denota ingratidão com a instituição que foi responsável durante algum tempo pelo seu sustento e/ou enriquecimento.

Fato semelhante ocorreu recentemente no futebol, e fez com que muitos jornalistas e torcedores passassem a ter dúvidas quanto ao caráter do protagonista desse vergonhoso episódio, já em relação a elegância...não havia mais dúvida.
  • Nunca dizer que pode iniciar um novo contrato de trabalho imediatamente caso esteja empregado, pois isso demonstra falta de comprometimento e que pensa apenas em si próprio, além do que, fica claro que as chances de largar o novo emprego caso receba uma outra proposta são muito grandes.
Abandonar o emprego sem negociar prazos que protejam o empregador de prejuízos na operação é visto como falta de ética no meio empresarial.

Fato semelhante ocorreu recentemente no futebol, e fez com que muitos jornalistas e torcedores passassem a ter dúvidas quanto à tão apregoada ética desse "profissional", já em relação a elegância...não havia mais dúvida.
  • Nunca dizer meias verdades, aliás, existe um provérbio que diz: Meia verdade é uma mentira inteira. Felizmente, o tempo fatalmente restabelece a verdade e faz com que as máscaras caiam, o que causa estragos permanentes na imagem, que mesmo os eventuais bons resultados não são capazes de apagar.
Fato semelhante...deixa pra lá.

Profissionais do esporte e do ambiente empresarial que agem de acordo com essas "regrinhas" são mais atrativos para o mercado, mais admirados no meio que atuam e, talvez o mais importante, dão um belo exemplo para seus filhos.
Já para os que não adotam esse tipo de conduta, vale uma frase de John Wooden: "Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação, porque seu caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é."
Para quem não conhece, John Wooden foi o melhor técnico americano de basquete da NCAA - National Collegiate Athletic Association, onde conquistou 10 títulos entre 1964 e 1975 pela UCLA. Wooden faz parte do Basketball Hall of Fame, tanto como jogador como treinador.
Como podemos ver existem técnicos e "técnicos" e isso não é apenas uma questão de resultados.


17 comentários:

  1. Acho que o Muricy tem toda razão em reclamar das péssimas condições de trabalho. A Unimed acha que pagar salários e trazer estrelas é suficiente para ganhar títulos. Xerém é uma varzea, o Flu tem que tomar vergonha na cara e fazer um CT de primeira com o Cruzeiro e São Paulo

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  2. Excelente, Idel. Pegando carona no provérbio citado, no contexto do seu post, meia palavra serve como texto inteiro. O episódio do Muricy apenas me dá mais certeza que não existe o conceito do "absoluto" e que tampouco existe alguém sem preço. Abraços!

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  3. Idel, muito inteligente e oportuna a associação feita com seu ex, Muricy.
    O texto é ótimo, apesar de deixar claro, a mágoa...
    Reginaldo

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  4. Perfeito!!

    Caíque Pereira - CHP Cultura & Marketing Ltda.

    ST!!!

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  5. Obrigado, Holfinger!
    Vc tem razão.
    Abraço

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  6. Obrigado, Reginaldo
    A melhor palavra não seria mágoa, essa sentimos quando alguém que consideramos nos entristece, o que não é o caso.
    Talvez decepção caia melhor.
    Abraço

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  7. Caíque
    Obrigado pela mensagem.
    Abraço

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  8. Sr. Anônimo
    A ideia do texto não é discutir as razões que levam um treinador a reclamar ou mesmo sair, até porque, não há dúvidas que a atual estrutura não está a altura de um time tricampeão brasileiro.
    Entretanto, não considero razoável certas posturas individualistas.
    Att.

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  9. Gostei do paralelo entre o mundo esportivo, coorporativo e familiar. Muito bem colocado.

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  10. Idel,
    concordo inteiramente; e mais, um técnico de grandes times de futebol, são como Executivos de grandes empresas, tanto pela responsabilidade como salário.
    Por conta disso devem ter um postura bastante ética e não é isso que estamos vendo.
    Acho que estão pagando mais do que merecem.
    Abs
    G.Bragança

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  11. Gustavo
    Vc tem razão, a grande diferença é que o executivo se prepara desde cedo para assumir posições de responsabilidade dentro das corporações, sendo que esse preparo envolve sobretudo ética.
    Abraço

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  12. Idel, você está certo. Esse tipo de comportamento é imoral.

    Agora, também tenho algumas dúvidas sobre a postura de uma grande empresa em relação a moral e a ética.

    1) Falar mal de seus empregados publicamente também é um erro, certo? Afinal, que empregado se sentiria a vontade em uma empresa que fala mal dele na imprensa ou em blogs?

    Falar mal de seus investidores - mesmo que a empresa tenha uma relação desgastada com esse investidor - publicamente também é um erro, certo? Se você estivesse interessado em investir em uma empresa e visse que ela fala mal de seus atuais investidores, você colocaria dinheiro nela? Você confiaria nessa empresa?

    Abraços!

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  13. Caro The Thales

    Obrigado por seu comentário.

    Concordo com você, acho que qualquer empresa, independente do porte ou segmento, deve sempre evitar falar mal de seus colaboradores, o máximo que eu consideraria aceitável, seria a réplica de eventuais ataques, até como forma de preservar a instituição.
    Em relação a investidores, penso em tese da mesma forma, pois mesmo que esses tenham atitudes pouco ortodoxas na relação, creio que existam soluções menos traumáticas.
    Na prática, infelizmente, muitas vezes a utilização da mídia acaba se tornando uma forma de defesa em relação a alguma ofensiva, digamos, pouco usual.

    Abraço

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