terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu uso óculos

O que pensar a respeito de uma empresa que atua no segmento esportivo, e em meio a uma tragédia resolve doar seus produtos para as vítimas de um acidente.
Estou me referindo à Oakley, uma empresa californiana, que através do design nada tradicional de seus óculos tornou-se uma marca de sucesso.
A Oakley, cujo nome foi uma homenagem à cadela do fundador da empresa, surgiu em 1980, através do desenvolvimento de óculos para serem utilizados no motociclismo, entretanto esse produto não teve uma boa aceitação no mercado.
Até que em 1984, foi lançado um modelo que, utilizado por ciclista Greg LeMond e outros ciclistas profissionais, obteve uma expressiva popularidade.
Partindo desse sucesso, a empresa passou a produzir  óculos para esportes de inverno.
No decorrer dessa trajetória, inaugurou em 1999 sua primeira loja e em 2000 iniciou o desenvolvimento de linhas de roupas e acessórios que levaram a Oakley a se posicionar não mais como uma empresa que oferecia produtos que atendiam às necessidades do esportista, mas produtos que proporcionavam ao usuário um estilo de vida.
Para reforçar e manter esse conceito, a empresa tem sido bastante criteriosa na distribuição de seus produtos e agressiva nos investimentos em treinamento de sua força de vendas e nos aspectos ligados à inovação, o que fez com que fosse a primeira empresa a produzir um modelo de óculos integrado a um MP3 player.
Concluída a breve descrição sobre a empresa, voltemos ao episódio que motivou esse artigo.
Refiro-me ao resgate dos mineiros chilenos, um acidente que tinha tudo para terminar em tragédia, mas que teve um desfecho feliz.
Esse acidente, além de ter causado comoção mundial, fez com que toda a mídia voltasse sua atenção a ele 24h por dia.
A Oakley, atenta a isso, enviou como forma de doação para cada mineiro, óculos escuros que custavam US$ 180.
Segundo a empresa, essa iniciativa tinha como objetivo atender a prescrição dos médicos, que estavam preocupados com a exposição dos mineiros aos raios solares após tantos dias de vida subterrânea.
O que poderia ser visto como uma ação solidária trouxe muitos questionamentos por parte de alguns segmentos da sociedade, que a interpretaram como uma iniciativa oportunista.
A Oakley, obviamente, negou as acusações, entretanto, independentemente da intenção, não podemos negar que foi uma excelente iniciativa para exposição de sua marca, principalmente no que se refere ao custo-benefício, pois com um investimento de US$ 5.940 (33 óculos x US$ 180) obteve uma exposição na TV equivalente a US$ 41 milhões, segundo o Front Row Analytics.




5 comentários:

  1. Realmente, bastante oportunista, porém não deixa de ser uma atitude positiva.

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  2. Oportunista, mas de qq forma, uma boa iniciativa.
    Além de ser uma marca com ótimos produtos.

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  3. "O que poderia ser visto como uma ação solidária trouxe muitos questionamentos por parte de alguns segmentos da sociedade, que a interpretaram como uma iniciativa oportunista."

    Quem interpretou como oportunista fez o correto, pois foi. Todavia, é válido o julgamento. No meu, a empresa foi muito feliz.
    Sem contar que os pais da ideia dormirão tranquilos pois os óculos pelo que me constam foram entregues sem que fosse alardeada a marca. Espalhou-se por si só.

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  4. Victor

    Obrigado pelo comentário.
    A linha que separa uma ação oportunista de uma concebida pelo senso de oportunidade é bastante tênue, muitas vezes os próprios pais da ideia não têm a correta noção de como classificá-las.
    Abs

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  5. Marcus Barbosa

    Não publicarei seu comentário, pois o mesmo não trata de um assunto pertinente ao artigo escrito.
    Porém, solicito que vc me passe o seu email, que terei o maior prazer em esclarecer alguns pontos que vc colocou.
    Att.

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