terça-feira, 27 de setembro de 2011

Red Bull


A Red Bull é um excelente exemplo de como uma marca pode ter sucesso ao utilizar o esporte como ferramenta de marketing. 
Essa bebida energética foi lançada em 1987 com ingredientes tailandeses, sendo comercializada em mais de 70 países, nos quais costuma ser a líder da categoria. 
A empresa dedica 30% de seu faturamento para investimento em atividades de marketing ligadas ao esporte, fato que chama bastante atenção por não se tratar de uma marca voltada exclusivamente a esse segmento, tal como são as fornecedoras de artigos esportivos. 
A estratégia da Red Bull é bastante agressiva e não se restringe ao patrocínio, pois foca principalmente a gestão da marca. 
Nessa linha costuma adquirir a propriedade de equipes e/ou cria eventos que estejam alinhados com os atributos associados à marca. 
Geralmente são eventos ligados a esportes radicais que exijam dos participantes, resistência, concentração, reflexo e coragem, entre os quais, podem ser citados o Red Bull X-Fighters, Red Bull Cliff Diving World Series e o Red Bull Air Race. 
O slogan da empresa "Red Bull te dá asas” 'reforça este posicionamento. 
Possui uma equipe de futebol, a Red Bull Salzburg - Austria -antigo SV Salzburg, que teve as cores alteradas e contrariou críticos que condenam a propriedade completa de uma equipe por parte do patrocinador. 
Na Fórmula 1 é dona de uma equipe altamente competitiva. 
Atua também na NASCAR, possui um time na MLS (Major League Soccer), o New York Red Bulls, além de um time de Hockey na Áustria. 
Esse tipo de iniciativa, além de gerar a associação de atributos pretendida e vendas expressivas, ainda obtém um retorno maior de mídia, pois ao contrário das equipes que têm empresas como meros patrocinadores e consequentemente são citadas pelo nome da equipe, no caso da Red Bull, ela passa a ser o próprio nome da equipe. 
Não obstante a isso, alguns veículos ainda insistem em encontrar um nome fantasia para equipes cujos patrocinadores são os proprietários, vide o caso da equipe de voleibol da Unilever, que foi “batizada” de Rio de Janeiro e a própria equipe de F1 Red Bull, denominada de RBR. 
As reações à estratégia da Red Bull não ficam restritas à má vontade de "certos" veículos.
Existem países, que em função de questionamentos acerca da formulação do produto, preferem defini-lo como medicamento ao invés de bebida energética.
Entretanto, mesmo diante das discussões sobre a composição do produto, a concorrência já atentou para essa categoria, sendo possível encontrar no mercado "energéticos" produzidos e/ou comercializados por fabricantes como Coca-Cola, Pepsi e Anheuser-Busch, o que, evidentemente, deixará a competição mais acirrada em função da maior capacidade de investimento dessas empresas. 
Diante de tal cenário, o processo de extensão da marca do produto aos eventos e equipes torna-se uma solução bastante interessante para a manutenção da Red Bull não só em termos de participação de mercado, mas também numa posição de destaque na mente do consumidor.


3 comentários:

  1. Olá, Idel

    A Red Bull é realmente uma caso à parte quando falamos de patrocínio esportivo. É um pouco intrigante que consiga ser dona de tantas equipes e tantos eventos vendendo "apenas energéticos"!

    Me questiono um pouco quando uma empresa tem um time ou uma equipe esportiva, em certas ocasiões podem haver conflitos de interesses e imagino um risco para idoneidade do evento esportivo.

    De qualquer forma, até o momento, me agrada bastante a maneira como a Red Bull lida com seu marketing e com o mercado esportivo. Infelizmente no Brasil, a mídia não faz seu papel para gerar o crescimento do esporte como poderia.

    Abraços!

    Pablo Serejo

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  2. Pablo

    Obrigado pelo comentário!
    Realmente a mídia poderia ter uma contribuição muito maior no fomento do esporte do Brasil.

    Abraço

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  3. Faz tempo que esse post foi escrito.

    Mas estou fazendo minha monografia sobre branded content e a Red Bull é o melhor exemplo do que é produzir e divulgar o conteúdo de marca que ela mesma produz.

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