terça-feira, 24 de julho de 2012

Podemos crescer!

Nas conversas sobre destinos turísticos é bastante comum ouvir as pessoas comentarem que o brasileiro não conhece o próprio país.
Não sei até que ponto isso é verdade, porém é fato que isso é real quando se trata de esportes. 
O pouco espaço dedicado na mídia aos esportes olímpicos é um dos responsáveis por essa realidade e isso se reflete de várias formas.
Já foi comprovado por pesquisas que a existência de ídolos é um dos fatores que auxiliam o desenvolvimento do esporte, porém, para que se alcance tal status, os candidatos à idolatria não podem sobreviver apenas da divulgação que costuma ocorrer no período dos Jogos Olímpicos até porque, dividirá a atenção com vários "candidatos".
Outro problema para a popularização das modalidades olímpicas é a transmissão pela televisão, visto que poucos narradores têm o devido “preparo esportivo”, enquanto que os comentaristas, geralmente ex-atletas, conhecem muito do esporte, mas se esquecem muitas vezes de que o público a ser cativado é leigo no assunto e precisa de um “aculturamento” sobre o tema. 
Tarefa nada fácil, experimente falar sobre um assunto que domina para alguém sem o mínimo conhecimento.

Também ajudaria muito no crescimento das demais modalidades esportivas, uma comunicação maior sobre o Brasil no cenário mundial, algo que fizesse o torcedor comum incorporar um sentimento patriota.
As estatísticas das transmissões esportivas apontam uma audiência maior nas competições em que o Brasil esteja com chances de bons resultados.

Vou utilizar o Triathlon como exemplo do que pretendo demonstrar.
Arrisco-me a dizer que nem um 1% da população brasileira sabe que o Brasil já teve um campeão do circuito mundial - Leandro Macedo em 1991 - aliás, talvez nem entre os atuais praticantes esse fato seja conhecido. 
Outro ponto, ignorado por quase totalidade das pessoas, é que nesse esporte a classificação de atletas para os Jogos Olímpicos é também um bom parâmetro para avaliar o desenvolvimento dessa modalidade em cada país. 
Dentro desse critério o Brasil é o 11º colocado, vale acrescentar que só 49 nações conseguiram estar presentes nas Olimpíadas, que existem 122 países filiados à International Triathlon Union, entidade que rege a modalidade no âmbito mundial, e que mais de 200 países são filiados ao Comitê Olímpico Internacional.
Diante desses números históricos e de que em 2012 nossa delegação no Triathlon está entre as 16 maiores, podemos considerar o Brasil como uma das forças do esporte. 
Se tal informação tivesse o merecido destaque na imprensa, mais empresas estariam dispostas a investir em patrocínios de atletas, provas, federações e confederações.

É importante ficar claro que o intuito aqui não é exaltar o Triathlon em detrimento às demais modalidades olímpicas, visto que várias dessas têm também excelentes resultados e reduzidos espaços na mídia.
O que pretendemos é mostrar que podemos crescer bastante e chegar a ser uma grande potência esportiva, mas para isso é necessário  que cada parte - iniciativa privada, imprensa, governo, instituições esportivas, gestores, técnicos, árbitros e atletas - assuma sua responsabilidade.


Um comentário:

  1. Idel, sem dúvida o brasileiro gosta de futebol e de ídolos. Os exemplos do 'boom' do tênis na "Era Guga" e do MMA atualmente com Anderson Silva não nos deixam mentir. No entanto nunca tivemos uma chance como essa para construir um país poliesportivo, divulgando a cultura de todos os esportes para incentivar a prática e o conhecimento na população. Mais importante que o Rio 2016 será o seu legado, não apenas de infraestrutura para a cidade, mas também - e principalmente - para o esporte brasileiro. Se aproveitaremos de fato essa oportunidade somente os Jogos Olímpicos de 2020 em Madrid, Istambul ou Tóquio começará a nos responder...

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