terça-feira, 16 de outubro de 2012

Erros no Marketing


Quantificar erros e acertos no marketing é algo bastante difícil. 
Em relação a isso costumo fazer alusão à escolha sobre o melhor caminho para se chegar a algum local.
Existem variadas opções e ao se decidir por alguma, jamais teremos a certeza se essa foi a melhor, afinal, não fizemos os outros caminhos naquele momento  e, mesmo se fizermos em outra ocasião, as condições anteriores muito provavelmente não serão reproduzidas fidedignamente.
É claro que a experiência associada ao conhecimento e a correta coleta e análise das informações ajudarão a aumentar o índice de acertos. 
Entretanto, nada pode garantir 100% de certeza de sucesso.
Existe, no entanto, dois tipos de erros - ou de não obtenção do sucesso objetivado - o primeiro ocorre mesmo com a utilização das ferramentas e conceitos afins à área em questão, enquanto que o segundo acontece em função da utilização do instinto em detrimento à técnica e aos estudos.
Grande parte dos textos aqui publicados versou sobre a conotação distorcida acerca do que é marketing e os erros que costumam ocorrer em função dessa distorção. 
Dessa vez, porém, a abordagem do artigo versará sobre a falta de conhecimento em esporte por parte dos executivos que se aventuram a trabalhar com o tal do "marketing esportivo".

Os Jogos Olímpicos trazem bons exemplos sobre o tema, tamanha a quantidade de empresas que baseiam suas ações usando os símbolos olímpicos, o que, obviamente, não é permitido. 
Não acredito que tal prática seja motivada por má fé ou algo do gênero, mas simplesmente pela falta de vivência no mundo esportivo. 
Muitos também são os casos de empresas que investem no patrocínio da seleção nacional de certa modalidade, adquirindo com isso o direito ao uso da imagem dos atletas, desde que esses apareçam juntos. 
Porém, algumas dessas empresas, por desconhecerem os meandros do esporte resolvem utilizar a imagem individual dos atletas acreditando  que possuam tais direitos, o que resulta em sérios prejuízos advindos da esfera jurídica.
A decisão sobre patrocínios é outra que deixa aparente a falta de conhecimento esportivo, pois muitas vezes a escolha se dá através da indicação de agentes que pouca ou nenhuma atenção dedicam aos objetivos  mercadológicos do patrocinador. 
Além disso, atletas com bons resultados não são garantia de retorno.
Aqui não me refiro apenas aos resultados técnicos, mas  à imagem, visto que alguns atletas têm fortes desvios de condutas, os quais são ocultados aos olhos de quem não transita no meio.
O fato de um atleta ter vários patrocinadores, vide os macacões de F1, ou mesmo tendo um que esteja há muito tempo e invista bastante nessa comunicação  é outro fator a ser avaliado antes da decisão de se investir. 
Torna-se importante reforçar que a falta de vivência no esporte não é sintoma de incompetência, sendo simplesmente uma característica de muitos executivos que optaram por focar seus estudos e interesses em outras áreas. 
Da mesma forma que certos executivos não dominam a área cultural ou mesmo social. 
O que é condenável nesse caso é a autossuficiência de alguns que, mesmo desprovidos do devido embasamento, se arriscam a errar ao invés de contratarem especialistas - dessa vez sem aspas.


2 comentários:

  1. Halfen, brilhante artigo. Muito bom. Aprendo muito com todos eles!
    Sou, ou pelo menos era, completamente leiga sobre marketing. A minha pesquisa tem foco financeiro, não quero fugir disso. Então, te pergunto, a empresa que investe em patrocínio considera o risco desta operação, e, existe um Beta específico que se possa utilizar para este cálculo?
    Bah Idel, este tema dá uma boa Tese de Doutorado. Xhihihihihihi, viajei!
    Abraço

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  2. Existe um bom número de variáveis a ser considerado numa operação de patrocínio esportivo.
    O certo seria ter métricas que ajudassem a avaliar a iniciativa adotada, no entanto, poucas empresas fazem, e algumas dessas só consideram como parâmetro a tal da mídia espontânea que a ação agrega, o que, isoladamente é um erro.
    Abs

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