terça-feira, 28 de maio de 2013

A teoria na prática...

A elevada e crescente competitividade no mercado de trabalho tem feito com que as pessoas procurem constantemente melhorar sua formação acadêmica. 
Iniciativa extremamente válida, mas também bastante perigosa, visto que o profissional passa a adquirir conhecimentos teóricos acima da média, mas que, por sua vez, acabam sendo subutilizados em função da falta de aplicações práticas. 
Evidentemente, o conhecimento prático sem o devido embasamento teórico também é nocivo.
O desenrolar desse quadro tem gerado uma legião de “especialistas” que sobrevivem de consultorias, palestras e algumas vezes da imprensa. 
Aos olhos dos leigos parecem sumidades no assunto, porém, ao discorrerem suas teorias aos ouvidos dos profissionais da área, deixam transparecer toda a fragilidade proveniente da falta de experiência prática. 

Antes de prosseguir no tema, é necessário esclarecer que esses “especialistas” citados podem ser segmentados em dois grupos: 

- os que narram cases, analisam e tecem suas considerações de forma honesta; 
- os que tentam dar um tom professoral as suas intervenções, querendo passar dicas e ensinar  como “fazer”, esquecendo ou ocultando que nunca fizeram. 
Não se trata aqui de desmerecer os que, por opção própria ou por contingência do mercado, não tiveram a oportunidade de atuar. 
Porém, precisam ter em mente que a prática exige recursos e que qualquer tipo de ação deve vir dentro de um contexto que quem está de fora não tem condições de mensurar. 
No meio esportivo, esse tipo de “especialista” tem aparecido mais do que no mercado corporativo. 
A causa desse "fenômeno" está provavelmente relacionada ao crescimento e ao baixo grau de maturidade do esporte sob o prisma de gestão. 
Em outros segmentos, o fato de existir uma gama maior de profissionais experientes extirpa os “especialistas” que buscam destaque pelas críticas, e absorve como consultores aqueles que tiveram uma vida profissional consolidada em algum setor econômico. 
Vale, por fim, reforçar que o texto não pretende em nenhum momento desvalorizar àqueles que optam por uma carreira que privilegie a teoria, mas alertar que não fica elegante, tampouco ético,  a crítica a profissionais, mesmo porque, o risco de falar e/ou escrever besteira é diretamente proporcional à ignorância em relação aos bastidores.


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