A maioria dos processos seletivos para cargos de liderança não costuma fugir muito das convencionais análises de currículos, entrevistas com a área de RH e com os principais executivos da empresa.
As entrevistas, por sua vez, também não variam muito no que tange ao conteúdo: um quebra-gelo inicial, questionamentos sobre as principais realizações, algo sobre hábitos pessoais e perguntas sobre os motivos da busca por novos desafios e pretensões, além, é claro, das razões de saída dos últimos empregos.
Creio, no entanto, que tão ou mais importante quanto a razão da saída é a forma como essa se deu.
A partir daqui, vou me ater ao segmento esportivo, não só pela maior repercussão que os rompimentos nesse meio causam, mas também pelo fato de ser um blog sobre esportes, entretanto, vale deixar registrado que o texto poderia ser replicado para relações profissionais corporativas e pessoais.
São basicamente três, os tipos de reações ao fim de um ciclo de relacionamento.
- Alguns passam a criticar publicamente a outra parte, deixando a mágoa falar mais alto, o que considero lamentável.
- Outros, talvez a grande maioria, machucados pela dor, se esquecem dos bons momentos daquela relação e optam pelo silêncio.
- Porém, poucos são aqueles que, apesar da tristeza pelo fim, se portam de forma elegante e ética, deixando espaço para que no futuro, quem sabe, haja um recomeço.
Obviamente, o texto poderia ser enriquecido com exemplos para cada uma das reações citadas, mas deixarei que a imaginação de cada um se encarregue de fazê-lo, excetuando o 3º caso, onde, por uma questão de reconhecimento, justiça e admiração, deve ser feita menção ao excelente treinador tricolor Abel Braga.
Sua liderança, seus resultados, sua forma de defender a instituição, seu comportamento na despedida e, sobretudo, seu caráter são exemplos para profissionais de qualquer área.
Muito obrigado, Abelão!