terça-feira, 15 de abril de 2014

Com honestidade é muito melhor



Num primeiro instante, o tema que será debatido aqui pode parecer não ter muita relação com o marketing, porém, afirmo que honestidade e correção são aplicáveis a tudo na vida, esporte, gestão, relações humanas, etc.

Evidentemente, a inspiração para abordar esse assunto surgiu da declaração do goleiro de um clube do Rio de Janeiro que, após uma vitória, exclamou que “roubado é mais gostoso”.

Antes de continuar o assunto, vale trazer ao texto duas situações bastante interessantes que ocorreram no futebol.
Uma do atacante alemão Klose, que após marcar um gol de mão na partida em que seu time, a Lazio, perdeu de 3 a 1 para a Napoli, confessou o erro ao juiz e teve o tento anulado.
Outra do meia Hunt do Werder Bremen que, no jogo do campeonato alemão contra o Nuremberg, cavou um pênalti assinalado pelo juiz, mas fez questão de confessar imediatamente que a falta não aconteceu, o que levou o árbitro a voltar atrás na marcação.
Reconheço que clamar por atitudes desse tipo no meio de uma disputa é meio utópico, até porque o calor da competição muitas vezes deixa os participantes “cegos”.
Entretanto se preparar para ser desonesto, como ocorre nos casos de doping, ou mesmo fazer apologia à desonestidade após o término de uma competição é inaceitável sob todos os aspectos.

Inicialmente, é importante lembrar que alguns atletas ganham, sabe-se lá por quais razões, status de ídolos e nessa condição devem ter cuidado redobrado com o que faz e fala, pois suas atitudes passam a ser “exemplos” para crianças e adolescentes.
Imaginem como fica a situação de um pai que educa seu filho para ser honesto e tenta mostrar os valores nobres do esporte como ferramenta de formação, quando se vê obrigado a explicar que o ídolo desse filho não tem condições de ser um bom exemplo e que suas falas são inconcebíveis num ambiente de moralidade.
Outro ponto que merece reflexão: Será que esse “jogador” e os que enaltecem sua fala têm estofo suficiente para criticar os políticos e dirigentes pegos em escândalos com propinas e mensalão? 
Haverá punição ao jogador, por ele ter levantado suspeitas sobre os árbitros da partida, afinal de contas, quando declarações nesse sentido acontecem por parte dos derrotados, a justiça costuma "cobrar".
Por fim, não pode ser esquecido o lado dos patrocinadores que não toleram ver suas marcas envolvidas em polêmicas, ainda mais as que enaltecem práticas inaceitáveis, como o "roubar".

Não quero com esse artigo questionar, nem tampouco desvalorizar as vitórias que acontecem em função de falhas involuntárias da arbitragem, longe disso, os clubes, que por ventura são beneficiados nesses casos, não têm nenhuma culpa, faz parte do esporte.
O que pretendo é mostrar o quão inadmissíveis e abomináveis são as apologias que se fazem ao crime, ainda mais quando essas partem de pessoas que transitam no meio esportivo.
Obviamente, esse tipo de atitude não é privilégio do esporte, vide as empresas que, para auferirem lucratividade e conquistarem fatias do mercado, usam de práticas pouco elogiáveis no que diz respeito ao pagamento de impostos, subornos e até de não cumprirem o combinado.

Diante disso, é de extrema importância que qualquer ação na qual se faça apologia à desonestidade, seja rechaçada de forma contundente por todos os setores da sociedade, pois, caso contrário, aumentam-se os riscos de ser consolidada a frase “os fins justificam os meios”.



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