terça-feira, 19 de agosto de 2014

Críticas e avaliações

A Copa do Mundo nos trouxe, entre outras coisas, a oportunidade de observar que existe uma forte correlação entre eventos que tenham grande espaço na mídia e quantidade de "especialistas" que emitem opiniões e críticas sem o menor embasamento.
Penso que as críticas, quando feitas de forma educada, são indispensáveis para o desenvolvimento humano, pois têm a capacidade de nos tirar das eventuais zonas de conforto.
Entretanto, tem sido cada vez maior, talvez até pela facilidade de se expressar que a internet proporciona, a quantidade de críticas.

Esse fenômeno não pode passar despercebido pelos profissionais de marketing, que utilizam as opiniões como fontes de pesquisas para identificarem tendências e desvios sobre algo, nem tampouco pelas pessoas de forma geral.

Não podemos esquecer, também, que toda crítica tem como causa uma mensuração sobre determinado tema, porém, é importante analisar as diferentes formas de se avaliar algo, as quais, ao meu ver, podem ser basicamente resumidas em três:
  • Avaliação Objetiva – é a que considero como a mais honesta, pois utiliza uma meta pré-estabelecida, ficando transparente se a mesma foi atingida ou não.
Seria como estabelecer que a meta do técnico de um time de futebol é ficar entre os 3 primeiros colocados em dado campeonato ou que a área de marketing de uma empresa deva conquistar 2% de participação de mercado naquele ano.
  • Avaliação em função de expectativas – nessa existe a componente da subjetividade, a  qual considero como uma das principais causadoras de decepções e boas surpresas. Ou seja, se a expectativa for alta, as chances de frustrações são grandes, o mesmo raciocínio se aplica ao inverso.
Dependendo do prisma pelo qual se observa, há uma linha tênue entre este tipo de avaliação e a anterior, para isso basta colocar as metas estabelecidas na “avaliação objetiva” como meras “expectativas”.
Contudo, no caso que apresento, me refiro àquela que é realizada pelos que não têm o devido conhecimento sobre um assunto, mas mesmo assim externam opiniões “categóricas”. 

No esporte, vimos recentemente alguns leigos decretarem o fim da seleção brasileira de voleibol masculina por ter perdido para o Irã.
Infelizmente, essa avaliação não levou em conta que o Irã é hoje uma das maiores forças do voleibol asiático, que esse time tem vencido outras equipes do 1º escalão e que desde o início deste século disputa as primeiras posições nos campeonatos mundiais das divisões de base.
Isso sem contar que em função da periodização de treinamentos, os resultados a serem alcançados aconteceriam numa fase mais adiantada, o que, aliás, efetivamente aconteceu. 

Em gestão de empresas este tipo de avaliação, nos moldes do que foi exposto, é mais raro, até porque, quem é responsável por mensurar é, em tese, alguém com suficiente capacidade para não se deixar levar por emoção ou por terceiros, além de ter o devido preparo.
Já no caso de gestão de clubes, a “avaliação em função das expectativas” é muito presente, principalmente por parte dos torcedores.
  • Avaliação oportunista – essa é absolutamente inaceitável e nem deve ser considerada por parte de pessoas sérias, pois é feita sob a influência de interesses pessoais, de inveja, de vaidade ou de covardia.
São pessoas que esperam o mau resultado acontecer para destilarem suas teses e recalques sobre o ocorrido. Não têm coragem suficiente de falarem antes do acontecido, justamente por serem desprovidos de caráter para reconhecerem que estavam errados.
Não há necessidade de se citar exemplos aqui, afinal nos deparamos diariamente com “críticos” vorazes de pós-resultados.
Além do que, o objetivo do artigo não é apontar o dedo para ninguém, e sim trazer a reflexão de que ter opinião é um direito de todos, mas que essa deve vir embasada e dentro dos mais rígidos padrões de honestidade e atenção a credibilidade, afinal, a cada dia fica mais fácil saber quem é quem.



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