terça-feira, 26 de agosto de 2014

O poder da palavra



A cada ciclo olímpico ficam mais evidentes as vantagens de ser um parceiro global do programa TOP (The Olympic Program), essa afirmativa ganha ainda mais importância quando se ressalta que os detentores desses direitos não podem expor suas marcas nas arenas e locais de competições.
Ou seja, são empresas que enxergam a oportunidade do patrocínio olímpico como uma iniciativa de marketing e não apenas como uma mera compra de mídia.
Hoje, mesmo com valores bastante altos, a competição para ser o parceiro oficial e exclusivo em dada categoria de produto é tão árdua quanto uma final de 100 m rasos.

No entanto nem sempre foi assim, vide o que aconteceu com a Motorola após os Jogos de 1996 que, interessada em ser a patrocinadora olímpica oficial de equipamentos de telefonia móvel, negociou meses com o Comitê Olímpico Internacional, fechou as bases do acordo, marcou a data para assinatura do contrato, mas poucos dias antes da efetiva assinatura do contrato, voltou atrás oferecendo um valor muito inferior ao que tinha acertado.


Obviamente não seria justo julgar a empresa por tal atitude, por outro lado, não há como poupar o responsável pela decisão tomada.

A justificativa de que “ainda não tinha nada assinado” é vil e hipócrita, pois quando se lida com pessoas de caráter e honestas, a palavra e/ou um aperto de mão são mais do que suficientes para se fechar uma operação.
Claro que nem todos são assim, infelizmente existem, tanto no esporte, como nas empresas e na sociedade de forma geral, pessoas, se é que assim podem ser denominadas, desprovidas de ética e moral que são capazes de, não só desonrarem suas palavras, como de usarem subterfúgios e mentiras como estratégias para lograrem algum êxito.
Mas voltando ao caso da Motorola, especula-se que a nova proposta sugerida por eles, foi ocasionada pela “certeza” que tinham de que não haveria no mercado nenhuma empresa do setor capaz de pagar valor maior.
A atitude do COI diante do ocorrido foi dizer que pensaria na proposta, porém logo após a conversa com a Mororola procurou a Samsung oferecendo a oportunidade e em três dias fechou um acordo.
A Motorola só descobriu que tinha perdido os direitos olímpicos pela imprensa, enquanto que a Samsung, seis anos após se tornar o parceiro olímpico da categoria ultrapassou a Motorola no mercado em questão.
Avaliar agora, após termos os resultados, as decisões que as empresas citadas tomaram em relação ao patrocínio é relativamente fácil. 
Difícil é negociar com quem não preza por sua palavra.



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