terça-feira, 29 de março de 2016

Uma oportunidade para melhor distribuir

Com a interdição dos dois principais estádios do Rio de Janeiro – Maracanã e João Havelange – os principais clubes da cidade ficaram diante de um enorme problema para a definição dos locais onde mandarão suas partidas.
Jogos em outras cidades - do próprio ou de outros estados - surgem como opções, porém, por serem iniciativas ainda muito recentes, não permitem avaliações definitivas a respeito dos reflexos que tais eventos acarretam em termos de marketing, nem tampouco no que tange ao desempenho esportivo.
Sobre esse último não teceremos maiores comentários para não fugir do objetivo do blog.

As dúvidas são várias:Será que o clube conseguiria ter uma renda sustentável, ou seja, levaria público em todas as partidas ou apenas nas primeiras, já que o fator novidade tem um peso considerável?
  • Será que a base de torcedores e/ou simpatizantes aumentaria naquela localidade?
  • E na localidade de origem haveria algum impacto no crescimento da torcida?


São perguntas que ainda não temos como responder, já que a amostra é pequena e a série histórica idem, além do que, as consequências dependerão bastante das ações que serão realizadas pelos clubes.
De qualquer forma, vale incentivar a reflexão com a ilustração de um caso recém ocorrido nos EUA, ciente, evidentemente, de que são mercados diferentes.
Trata-se da transferência da franquia da NFL, Rams, de St. Louis para Los Angeles.
Vale ressaltar que a franquia iniciou suas atividades em Cleveland no ano de 1936, onde ficou até 1945. De 1946 a 1994 a sede passou a ser Los Angeles, de onde se transferiu para St. Louis.
Entre os motivos listados para a volta à Los Angeles estão:
  • A maior importância da cidade em termos mercadológicos, perdendo apenas para Nova York.
  • A pouca tradição de St. Louis nessa modalidade, visto a cidade ter uma vocação maior para o beisebol e para o hockey. 
Lembrando que é a 2ª vez que a cidade perde uma franquia de futebol, a primeira aconteceu com o time do Cardinals, que foi para o Arizona e lá está até hoje. Situação similar ocorreu no basquete com a transferência do Hawks de St. Louis  para Atlanta.
Nos EUA, a escolha do time costuma ter uma forte correlação com a cidade em que se vive. Como existe uma expressiva quantidade de localidades com vocação esportiva e sem equipes de alguma modalidade, a busca pelo crescimento das franquias envolve esse tipo análise.
  • Ajuda financeira da prefeitura de Los Angeles para a construção de um estádio. 
Tentando fazer um paralelo com o Brasil, seria algo como um time de futebol de uma cidade do interior - na qual a população tenha preferência por outra modalidade esportiva -  se transferir para uma grande metrópole que não abriga nenhuma equipe de futebol e, além disso, o prefeito se disponha a auxiliar na construção de um estádio.
Situação bem inimaginável, já que as grandes metrópoles do país têm até mais de uma equipe de futebol, as prefeituras têm outras prioridades de investimento e, dificilmente encontraremos alguma cidade onde o futebol não seja o esporte preferido. 
Dessa forma, penso que jogos em localidades diversas à sede do clube devem sempre buscar a simpatia da população da cidade, para assim, quem sabe, ter no mínimo mais um torcedor que adote a equipe como 2º time.
Contextualizando para um desenho mais próximo às teorias  de marketing, seria como trabalhar a distribuição do produto/serviço para outras praças, para assim se fortalecer tanto em termos de receitas como de valorização da marca.






2 comentários:

  1. Talvez um estado que possa ser olhada com bons olhos é o Espirito Santo. Não conheço a fundo sobre, mas lá aparenta não ter um time local forte e sim uma preferência maior por clubes do RJ. E ai pode entrar uma frequencia pequena, de 1 jogo a cada 2 meses, a fim de cativar as crianças de lá e que podem se tornar torcedores de determinado time.

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  2. Obrigado pelo comentário.
    O que deve ser contemplado também no estudo, é o impacto dessas "transferências" sobre o programa de sócio torcedor.

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