terça-feira, 21 de agosto de 2018

Diga-me como tratas...


O presente texto tem como base de raciocínio o mercado corporativo, no entanto, por acreditar que o respeito ao lado humano deve ser universal, podemos derivar as reflexões aqui contidas para todos os setores, inclusive ao esporte.
Em entrevistas de emprego há uma pergunta que costuma gerar muitas dúvidas quanto à formulação da resposta: qual a característica que o candidato considera como a mais carente de aprimoramento?
Geralmente as respostas giram em torno do próprio perfeccionismo, o que nada mais é do que uma forma de não se comprometer citando algo que possa vir a ser rejeitado pelo entrevistador.
Particularmente, penso que muitos dos entrevistados esquecem ou ignoram que desligar algum colaborador é uma tarefa de tal forma difícil que deveria ser constantemente aprimorada.
As demissões, quando ocorrem de forma racional, costumam ser causadas por uma ou mais das quatro razões que serão citadas a seguir: 
  • mau desempenho – nesse caso, tendo a achar que o líder do colaborador deve orientá-lo prévia e frequentemente sobre seu desempenho de forma a corrigir os pontos carentes de aprimoramento. Caso não se obtenha êxito nesse monitoramento a demissão se torna inevitável, sendo que o próprio líder pode vir a se sentir frustrado por não conseguir o progresso objetivado.
  • corte de custos – aqui não há nada a fazer, a não ser tentar ser o mais criterioso possível na escolha das “cabeças”.
  • reestruturação organizacional - um novo desenho das funções muitas vezes implica na necessidade de colaboradores com perfis diferentes dos que lá estejam, o que acaba acarretando na demissão daqueles que não tenham potencial para exercer as "novas" atribuições.
  • conduta inadequada – essa é a situação mais fácil, principalmente quando ocorre em casos de desonestidade. 
Excetuando essa última, é importantíssimo que o ato do desligamento ocorra dentro dos mais rígidos critérios de respeito, visto ser um momento bastante sensível na vida de uma pessoa, até porque pode suscitar sentimentos de rejeição, de injustiça, de ingratidão e eventuais inseguranças quanto ao futuro profissional.
Sendo de ótimo grado que se explique de forma honesta as razões que levaram àquela decisão.
Outro fator que requer bastante atenção diz respeito ao “emissário da má notícia”, não cabendo nesse caso a menor hipótese de covardia, isto é, de delegar a tarefa a outro.
Por fim, atrelado ao aspecto humano há a imagem da instituição, sobre a qual devem zelar os colaboradores de todas as áreas e não apenas os do marketing como muitos tendem a supor. A maneira como uma organização trata seus funcionários ou até os candidatos a tal é uma ótima referência de como serão tratados clientes, fornecedores e demais stakeholders, afinal a forma de como se é percebido orienta o posicionamento da marca.
Portanto, diga-me como tratas que te direi quem és.


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