terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Covardia no mercado

Recentemente vimos as redes sociais serem infestadas por inúmeras mensagens de protesto contra o covarde assassinato de uma cadelinha em uma unidade do Carrefour, crime praticado por um segurança da rede varejista. 
Analisando a questão pelo prisma de gestão fica claro que, assim como ocorre com a maioria das empresas, o Carrefour não parece entender que o zelo à imagem de uma marca não é uma atribuição exclusiva da área de marketing, mas sim de todos os departamentos que podem ter algum tipo de interação com a sociedade, inclusive os que contratam pessoas e fornecedores. 
É mandatório que os valores da empresa sejam levados em consideração nesses processos e que se rejeitem aqueles candidatos que, ainda adequados tecnicamente para o exercício de alguma função, não se enquadrem no que tange aos princípios morais e éticos exigidos. 
A alegação da rede de que o facínora travestido de segurança era um funcionário terceirizado em nada atenua a responsabilidade do varejista. 
Por outro lado, também é salutar refletir se o linchamento ao qual o Carrefour vem sendo submetido é razoável. 
Penso que não em função das consequências incontroláveis que a situação pode gerar. É importante que se tenha na cabeça que um boicote às compras naquele estabelecimento pode vir a trazer prejuízos não apenas aos acionistas e aos responsáveis pela gestão, mas também a funcionários que passam a ter seu emprego em risco. Ou seja, ficamos diante de um caso onde a sociedade, mesmo despreparada juridicamente, acaba sendo responsável por estabelecer uma dosimetria de pena que pode indiretamente vir a punir funcionários inocentes, muitos dos quais apaixonados por cachorro.
Ao Carrefour caberia, além de um investimento maior no recrutamento e treinamento de seus funcionários e terceirizados, procurar reverter essa péssima imagem se engajando em alguma causa de proteção aos animais. Situação bem difícil, visto que a repercussão sobre o assunto atingiu filiais da empresa até em outros países.
Para concluir, gostaria que essa análise, aparentemente fria já que vem sob a ótica de gestão, não passasse a impressão de uma pouca atenção com os aspectos relacionados à punição do segurança e de quem ordenou ou permitiu essa barbárie. 
Na verdade, além de ser um fervoroso defensor de punições severas aos que cometem maldades contra seres indefesos, nutro uma relação de amor muito grande por cachorros, o que deixa o ato ainda mais abominável aos meus olhos. 
No entanto, ficaria incoerente escrever um texto condenando o linchamento moral através das redes sociais e, no mesmo espaço, fazer algum tipo de apologia à violência contra um imbecil que mata um pobre cachorro. 
Assim é melhor terminar por aqui, mas antes deve se registrar que a punição para crimes como esse pode resultar na prisão do condenado por um período que varia de três meses a um ano, o que, no meu modo de ver não educa nem coíbe futuras covardias.
#amorerespeitoaosanimais



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