terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Preconceito tem lado?

O grau cada vez maior de conscientização da população tem feito com que práticas de discriminação que, num passado não muito distante eram até admitidas, passassem a ser veementemente intoleradas e punidas. 
Uma expressiva mudança de comportamento ainda que, infelizmente, tardia. 
Esse novo cenário tem exigido das empresas uma atenção maior ao tema, o qual envolve não apenas o treinamento das pessoas, mas também um maior cuidado no recrutamento, de forma que aqueles que nutram qualquer tipo de preconceito fiquem alijados do mercado até que se corrijam. 
São várias as marcas que tiveram seu nome associado a práticas condenáveis de racismo, fato que pode ser creditado ao pouco preparo dos colaboradores, a processos que não contemplam situações delicadas ou mesmo por uma falta de atenção maior nas suas campanhas publicitárias. 
A razão para não citar o nome dessas empresas se deve ao receio de cometer algum tipo de injustiça, o que poderia acontecer por não conhecer todos os detalhes dos casos que chegaram ao conhecimento do público. 
Não podemos perder de mente que nem toda divulgação corresponde necessariamente à realidade dos fatos, sendo assim, mentiras, distorções ou mesmo interpretações equivocadas podem ter efeitos devastadores, tamanha a força das redes sociais e até da imprensa. Sim, há veículos que, na ânsia de publicar matérias e ganhar “audiência”, não ouvem as partes envolvidas em algum problema. 
Outro motivo de preocupação diz respeito ao risco da banalização das situações, o que pode ocorrer em função da incidência de “falsos casos”, o que compreende não apenas as atitudes covardes de inventar acontecimentos que não aconteceram para alimentar a "vitimização", como também as interpretações errôneas, visto que muitas vezes as leituras sobre dadas circunstâncias são enviesadas por “achismos” e suposições. 
O cuidado aqui é para que uma suposta interpretação de preconceito não seja, na verdade, fruto do preconceito inconsciente que a “vítima” nutre em relação à sociedade que durante muito tempo realmente a discriminou. 
O que quero dizer aqui é que não se pode admitir sob hipótese nenhuma que algum grupo possa se sentir superior ou inferior a qualquer outro, pois nenhum é. Em outras palavras: qualquer generalização é burra e idiota. 
Isso não significa que não existam pessoas superiores e inferiores, mas essas não podem ser assim classificadas em função de pertencerem a grupos, classes, etnias e crenças, entre outros, e sim pelas atitudes. 
Quem tem preconceito, quem mente, quem se vale de subterfúgios para triunfar são certamente seres bem inferiores e perigosos. 
Acredito que a própria população conseguirá encontrar o devido equilíbrio entre não ser permissivo em relação a práticas discriminatórias e a coibição da covardia em se apelar para a vitimização diante de ocorrências sem cunho preconceituoso. 
Todavia, enquanto esse equilíbrio não chega, é fundamental que as instituições eduquem seus colaboradores quanto à necessidade de redobrarem a atenção aos atos, além de se precaverem juridicamente quanto às acusações infundadas.




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