terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

As lições da reta de chegada



Creio não haver dúvida quanto à necessidade de o segmento esportivo adotar ferramentas e conceitos de gestão já consolidados no mundo corporativo.
Por outro lado, é também possível extrair do esporte importantes lições que certamente ajudariam profissionais e empresas nas suas performances.
Na lista de características correlacionáveis poderiam ser citadas: (i) o desenvolvimento do talento, deixando claro que existem vários tipos de talentos; (ii) a disciplina para se cumprir prazos e compromissos; (iii) o esforço para estar sempre bem preparado; (iv) o comprometimento com resultados; (v) o espírito de equipe; (vi) a busca constante pela evolução; (vii) a ética.
Analisando atentamente os pontos listados, é fácil constatar que eles estão muito mais ligados aos aspectos individuais do que à forma de gestão de uma organização, ainda que esta seja composta de pessoas e como tal tenha seu desempenho fortemente ligado a elas e, obviamente, aos processos.
Falta, no entanto, acrescentar algumas características que, apesar de poderem também ser relacionadas às pessoas, estão, no meu modo de ver, mais associadas ao planejamento e estruturação. Para falar sobre elas utilizaremos a Corrida de São Silvestre de 2019, onde o vencedor ultrapassou o corredor que vinha liderando faltando poucos centímetros para a linha de chegada.
Quem tiver a oportunidade de ver os momentos finais da prova notará o ugandense liderando com uma postura serena e impondo um ritmo mais cadenciado, após ter concluído que a corrida já estava ganha.
Um erro crasso, pois a concentração deve ser a máxima sempre. Levando para o meio corporativo, quantas vezes damos como certa uma venda, um faturamento ou mesmo a entrega de um fornecimento e algum imprevisto acontece? São fatos que nos permitem concluir que o processo de monitoramento é fundamental.
E já que falamos sobre monitoramento, é importante explicar que aqui está incluído o acompanhamento da concorrência. Na prova que nos serve de tema, é possível ver que o ugandense despreocupou-se com o adversário a partir de certo ponto, enquanto que o queniano que acabou vencedor ficou todo o tempo ligado nos movimentos do adversário, o que lhe permitiu perceber que seria possível tentar um ataque surpresa.
Caso o vice-campeão percebesse algum perigo, poderia, até a título de se impor psicologicamente, forçar os metros finais.
O mercado nos fornece inúmeros casos de líderes como Nokia e Kodak, por exemplo, que perderam essa posição por não estarem monitorando a concorrência e as tendências.
Na prova de São Silvestre, a própria  diferença de idade entre os dois corredores talvez possa explicar o que aconteceu, isto é, a maior experiência do vencedor (23 anos) em relação ao seu oponente (19 anos), o deixa mais preparado para se sair melhor diante das variadas situações que as competições reservam.
Por fim, destacamos a importância da estratégia, porém para essa existir é necessário ter o monitoramento bem executado, assim como a capacidade para realizar o que se planeja.






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