Esse blog tem na sua concepção a busca de dois grandes objetivos: esclarecer o que é realmente marketing e mostrar, através de cases, que o esporte deve ser gerido de forma científica e técnica, assim como os demais ramos de atividades onde os players são empresas.
Sem entrar no mérito da eficácia do modelo, abordaremos aqui as Cinco Forças de Porter como forma de provocar a reflexão sobre técnicas de gestão.
Esse modelo foi elaborado em função das necessidades de se trabalhar a estratégia das empresas, as quais necessitam saber os fatores que são valorizados pelos clientes e o quão importantes são para o sucesso.
As Cinco Forças identificadas por Porter são: Rivalidade, Poder dos clientes, Poder dos fornecedores, Produtos Substitutos e Novos entrantes.
Mas como isso pode ser aplicado ao esporte?
A título de exercício vamos utilizar o campeonato brasileiro de futebol como o produto que aplicaremos o modelo de Porter.
- Força Rivalidade que considera:
- Maturidade do mercado, o que em minha opinião ainda não foi atingida no Brasil, vide o grande potencial ainda inexplorado de diversas fontes de receitas.
- Concorrentes igualmente equilibrados, o futebol brasileiro, mesmo com a enorme distorção no que tange aos direitos de transmissão, pode ser considerado um dos mais equilibrados do mundo.
- Custos fixos elevados - no caso, as elevadas folhas salariais.
- Força - Poder dos clientes
Essa condição é satisfeita quando os clientes têm facilidade para mudar de fornecedor.
No caso do campeonato brasileiro de futebol existem 3 tipos de clientes:
Torcedores que são responsáveis pelas receitas de bilheteria e de produtos associados ao clube.
Meios de comunicação, que pagam pelos direitos de transmissão.
Patrocinadores, que além de comprarem o espaço para exposição de suas marcas, também adquirirem bilhetes e camarotes para se relacionarem com clientes.
Em tese todos esses clientes podem mudar de modalidade esportiva.
- Força: Poder do fornecedor
Aqui, os jogadores são os principais fornecedores e, principalmente em função de um mercado externo forte, acabam tendo grande poder de barganha em seus pleitos.
- Força: Produtos substitutos
Essa força pode ser mensurada através da grande quantidade de opções de entretenimento competindo pelo tempo e renda dos fãs do futebol, que mesmo sendo fiéis aos seus clubes, podem trocar de diversão tanto em função de um possível mau desempenho de seu time, quanto das dificuldades em acompanhar o campeonato, inclui-se aqui custos, horários e conveniência.
- Força: Novos operadores
Novos entrantes neste setor são raros em função da necessidade de vultosos custos de capital, construção de uma marca com credibilidade, negociação dos direitos de transmissão e atratividade para arregimentar equipes e jogadores de qualidade.
Como podemos ver, a utilização da análise de Porter possui uma lógica bem interessante e pode ser útil para os gestores do esporte elaborarem suas estratégias, entretanto, o estágio em que o esporte brasileiro se encontra não comporta em sua estrutura um cenário favorável para a utilização de modelos muito avançados.
Mas de qualquer forma, vale, pelo menos a título de exercício, “brincar” com essa ferramenta e tentar focar o lado estratégico dos produtos.
Oi Idel.
ResponderExcluirEu ando tão decepcionada com as atitudes de alguns atletas que ao ler este teu comentário, no qual concordo com todas as colocações, me ocorreu que a força novos operadores de Porter, no caso, a tua ilustração nos remeteu à China; bem que ela poderia levar para lá uma barbaridade de jogadores de futebol que aqui no Brasil estão ganhando rios de dinheiro, não tão nem aí para o torcedor (seu principal cliente), desrespeitam seu patrocinador, derrubam técnicos, atropelam pessoas com seus carro milionários, dirigem sem carteira de motorista ou com ela vencida, mal sabem falar, escrever nem se fala, bebem e fumam compulsivamente.
E, nós professores, precisamos driblar, bater falta, escanteio, cabecear e fazer gol para conseguirmos explicar para nossos alunos o porquê eles precisam estudar, serem éticos, profissionais de respeito, etc......
Abraço
Cleudes
Idel,
ResponderExcluiradorei este breve mas interessante post.
Gosto muito deste tipo de discussão, mas discordo um pouco quando você credita força aos clientes, fornecedores e substitutos, que na prática não possuem tanto poder.
No Brasil, os clientes, especialmente a TV, possui um poder maior do que deveria, devido à falta de união e coragem dos players da indústria, algo que não vemos nos EUA, por exemplo, onde as TVs pagam muito e ainda assim têm as propriedades loteadas entre si, como no caso da NFL, por exemplo.
Uma Liga dos grandes clubes poderia bater o pé e fazer o mesmo por aqui, entregando partidas em horários variados para cada emissora, aberta ou fechada, permitindo uma maior opção para os torcedores e telespectadores.
Abração,
Adriano
Adriano
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário.
Concordo com sua opinião, o que quis dizer no texto é que tais forças existem, porém não dei pesos às mesmas.
A ideia é justamente avaliá-las e identificar quão fortes são para, daí sim, se traçar uma estratégia de mercado.
Abraço