Imaginem um time que seguidamente apresenta excelentes resultados financeiros, mas não conquista o principal campeonato desde a década de 70. Nesse exercício de imaginação vale acrescentar que o time está localizado na maior cidade do planeta e que manda seus jogos na arena mais famosa do mundo, o que faz com que seus jogos sejam sempre demandados e o valor dos ingressos alto.
Estamos falando do New York Knicks.
Estamos falando do New York Knicks.
É provável que o leitor suponha que a gestão deva ser péssima, afinal as características elencadas no parágrafo anterior aparentam levar para esse caminho. Antes de sermos definitivos nesta conclusão, vale acrescentar que o proprietário do time é também dono do New York Rangers, equipe de hockey que, mesmo não sendo a potência de outrora, tem resultados superiores aos dos Knicks.
Ainda assim, os que acompanham os bastidores da NBA são categóricos em afirmar que o proprietário é sim um grande problema, fato que poderia explicar a razão pela qual as principais estrelas do basquete recusam os seguidos convites para atuar no Knicks.
Considerar a conclusão fechada diante desta informação não seria correto, até porque em gestão os problemas não podem, nem devem ser examinados de forma isolada. É preciso acrescentar ao contexto que o local de treinamento do Knicks em Westchester County está a 50 km de Manhattan, uma distância expressiva, e que a rotatividade de técnicos e de executivos tem sido bastante alta.
Considerar a conclusão fechada diante desta informação não seria correto, até porque em gestão os problemas não podem, nem devem ser examinados de forma isolada. É preciso acrescentar ao contexto que o local de treinamento do Knicks em Westchester County está a 50 km de Manhattan, uma distância expressiva, e que a rotatividade de técnicos e de executivos tem sido bastante alta.
Ok, podemos agora até admitir que tais situações são originárias de uma gestão ruim, afinal a escolha do local de trabalho tem sido cada vez mais um fator de retenção de colaboradores. A propósito, tal dedução se aplica com exatidão em qualquer organização, inclusive nas não esportivas.
Ainda que abrangente, esse diagnóstico não está completo, falta avaliar o que o mercado oferece, ou seja, o que os demais times podem ofertar aos jogadores em termos de remuneração, relacionamento com colegas/treinadores/dirigentes, estabilidade, qualidade de vida, chances de bons resultados e demais fatores que contribuam para que a decisão atenda aos anseios e necessidades do profissional. Reforça-se aqui mais uma vez a analogia com a vida corporativa.
Diante destes parâmetros podemos perceber que a franquia de Nova York não aparenta estar muito bem posicionada quando comparada com as demais, excetuando, obviamente, o fato de que seus jogos são realizados na maior cidade do mundo, fator que até poderia compensar os demais pontos “negativos”.
Essa vantagem competitiva, no entanto, acabou sendo perdida – ou diluída – quando o Nets mudou sua sede de Nova Jersey para o Brooklyn em Nova York e paralelamente a isso implantou uma estrutura de gestão que o deixa ainda mais atrativo. Comprova esta afirmação a opção de jogadores como Kevin Durant e Kyrie Irving que se integraram ao Brooklyn Nets mesmo tendo ofertas similares de outras franquias.
A presente narrativa nos permite concluir que uma boa gestão não deve ser analisada apenas por indicadores financeiros, pois, por mais que esses estejam bem, certamente poderiam estar muito melhores se o objeto da corporação – neste caso o desempenho esportivo – fosse satisfeito.
As avaliações acerca do que se oferece para atrair e reter colaboradores (jogadores), assim como da movimentação dos competidores, inclusive sob o prisma de gestão, são fundamentais para que os resultados venham satisfazer toda a cadeia de stakeholders.
As avaliações acerca do que se oferece para atrair e reter colaboradores (jogadores), assim como da movimentação dos competidores, inclusive sob o prisma de gestão, são fundamentais para que os resultados venham satisfazer toda a cadeia de stakeholders.