O Private Equity, apesar de ser ainda pouco popular em relação a outras modalidades de investimento, se apresenta como uma forma de vital importância para o crescimento da economia e fortalecimento do conceito de ESG (environment, social e governance) no universo empresarial, visto ser esse também um fator para a criação de valor por proporcionar benefícios como as reduções dos passivos trabalhistas e ambientais, entre outros.
Grosso modo falando, os fundos de Private Equity investem diretamente em empresas que não possuem capital aberto - divergindo aqui do mercado de ações - e recebem participação no capital social das investidas.
O retorno do investimento se dá através da valorização das empresas, as quais, além de aporte financeiro, requerem dos fundos algum tipo de apoio na gestão estratégica.
Se no passado esse suporte se dava basicamente através da participação em conselhos e da escolha de executivos para funções mais voltadas às áreas financeiras visando a racionalização dos custos e controle orçamentário, atualmente, percebe-se que para a criação de valor é essencial focar no crescimento, o que requer atenção redobrada às estratégias de negócio e, sobretudo, ao marketing, pois, muitas vezes o mercado impõe a necessidade de se reposicionar, o que pode, eventualmente, alterar as ideias e os conceitos originalmente desenvolvidos pelos fundadores.
Dispor de profissionais com experiência de mercado tem se mostrado no processo de diferenciação entre os fundos um fator tão importante quanto as teses de investimento encampadas. A atuação dos fundos como meros consultores e sem a devida profundidade em assuntos diversos à área financeira, ainda que consiga propiciar resultados e retornos satisfatórios, começa a ser colocada em xeque quando se percebe que a maior participação do fundo na operação propicia inúmeros benefícios, os quais vão desde a maior oxigenação de ideias à adoção de práticas, até então inéditas naquele negócio.
Diante deste contexto, reforçamos que o marketing tem papel extremamente importante tanto na contribuição para o aumento de vendas como também no trabalho de posicionamento e fortalecimento da marca, um ativo intangível com enorme potencial de valorização, mas que muitas vezes é negligenciado pela atenção exacerbada que costuma ser dedicada aos números relativos a receitas e EBTIDAs.
Vale lembrar que marcas fortes, produtos bem formatados, posicionamentos estrategicamente definidos, precificação correta, distribuição conveniente e comunicação eficaz são ingredientes indispensáveis para a obtenção de bons resultados.
Ainda sobre a importância do marketing, a citação dos aspectos relacionados à ESG como instrumento de criação de valor, pode ser corroborado através do conceito do marketing 3.0 de Kotler, que preconiza que as empresas precisam não apenas focar na necessidade do consumidor, mas entendê-lo como um ser humano com preocupações voltadas à sustentabilidade e que, como tal, priorizarão empresas atentas a esses valores.
A propósito, é importante ressaltar que assim como as empresas investidas, os próprios fundos precisam buscar posicionamentos que os façam se diferenciar e serem atrativos aos olhos dos investidores.