Seja pela necessidade de se mudar fisicamente ou pelo natural processo de expansão, a escolha do ponto para qualquer atividade é um fator de extrema relevância e de alta complexidade para qualquer negócio.
Nesse processo, a avaliação sobre a acessibilidade é uma das mais importantes, a qual envolve a oferta de transportes públicos, a segurança, a infraestrutura de serviços e a distância em relação ao público-alvo e à área central da cidade.
Outro fator relevante diz respeito às condições do local onde será exercida a atividade. Aqui se observam principalmente as necessidades de obras para adequação às condições ideais de operações.
Ainda que pareça óbvio tudo o que foi relatado acima, é importante mencionar que muitos empreendimentos redundam em fracassos devido a escolhas mal feitas, além do que, a análise de ponto deve sempre contemplar a natureza da atividade. Certos tipos de comércios, por exemplo, dependem basicamente do tráfego de pessoas e assim devem se localizar em bairros de passagem, ao passo que outros podem se instalar em zonas mais afastadas. O tamanho do estabelecimento também pode influenciar a decisão, pois áreas maiores geralmente se viabilizam em bairros mais distantes do centro.
Devemos ainda salientar que os cuidados a serem observados não se resumem necessariamente a pontos comerciais, na verdade, a seleção de pontos para escritórios e indústrias também deve ser criteriosa, pois a atração e a retenção de talentos no caso dos primeiros e fretes no caso das unidades fabris afetam sobremaneira a operação.
Aliás, até no esporte é possível se deparar com situações semelhantes. Ilustra esse caso a escolha do local para a realização do maior torneio de tênis da América do Sul: o Rio Open, que desde a sua primeira edição tem acontecido no Jockey Club Brasileiro, espaço contestado por alguns em função de o clube não possuir uma estrutura fixa, o que demanda uma sofisticada operação de montagem e desmontagem. Como substituto natural ao Jockey surge o complexo construído para abrigar as partidas dessa modalidade nos Jogos Olímpicos de 2016.
Contra essa opção, no entanto, há o fato de as quadras não serem de saibro, piso preconizado para os torneios que ocorrem no período em que o Rio Open é realizado. A possibilidade de mudança de datas parece ser bem remota já que o calendário da ATP está solidificado. Convencê-los a aceitar um piso rápido envolverá um forte trabalho diplomático, até porque há um movimento preocupado com a eventual extinção de competições nessa superfície. Resta assim a hipótese de transformar o piso do complexo em saibro, o que envolveria investimentos e custos de manutenção para uma instalação que fica ociosa grande parte do ano.
Como podemos ver não se trata de uma decisão fácil, da mesma forma que são todas as que envolvem escolhas de pontos, acrescentando que uma eventual mudança implica no risco de perder os atuais clientes/espectadores e de não conquistar outros.