Aproveitando o lançamento do documentário sobre a Abercrombie & Fitch, utilizaremos esse artigo para analisar a trajetória da marca sob o prisma de marketing.
terça-feira, 31 de maio de 2022
Abercrombie & Fitch & Marketing
Aproveitando o lançamento do documentário sobre a Abercrombie & Fitch, utilizaremos esse artigo para analisar a trajetória da marca sob o prisma de marketing.
terça-feira, 24 de maio de 2022
Futebol, uma indústria milionária?
O futebol é uma indústria milionária!
Quantas vezes já lemos ou ouvimos essa frase, a qual se reforça em nossa mente ao tomarmos ciência dos salários e bens adquiridos por alguns jogadores.
Não há como negar que as cifras que ganham as manchetes geram grande impacto, até porque para a maioria das pessoas que acompanha o futebol tais valores soam como algo inatingível e longe das respectivas realidades.
Mas será mesmo uma indústria milionária?
Se formos simplesmente olhar as receitas dos principais clubes poderemos responder afirmativamente ao questionamento, no entanto, se compará-las com algumas empresas, veremos que a discussão pode Se formos simplesmente olhar as receitas dos principais clubes poderemos responder afirmativamente ao questionamento, no entanto, se compará-las com as de algumas grandes empresas, veremos que a discussão pode tomar outro rumo.
Visando buscar uma parametrização no que tange à relação de consumo das marcas por cliente, assim como é no futebol, onde, em tese, cada torcedor tem um único time, utilizaremos como balizador o setor de telefonia móvel, no qual quase toda a população é cliente, no mínimo, de uma operadora. Claro que não se trata de uma comparação perfeita, porém, entre os setores que analisamos em termos de recorrência e acesso às cifras do consumo é o que nos pareceu mais coerente. Não sabemos, por exemplo, quanto uma pessoa consumiu ao longo do ano de cada marca de biscoito, mesmo porque, o produto muitas vezes é consumido por toda a família.
Em nosso exercício, conforme pode ser visto no quadro a seguir, comparamos o clube de maior receita recorrente no Brasil com a operadora de telefonia móvel líder no país.
1 - Dados do site Teleco.com.br2 - Dados da 26 ª edição do Football Money League - Deloitte3 - Valores em euros, convertido com a cotação de 31/mai/234 - Dados estimados por pesquisas de mercado5 - Quantidade de seguidores no Instagram em 14/jun/23
terça-feira, 17 de maio de 2022
A publicidade do Polo
A discussão se a ação em termos de marketing foi certa ou errada fica meio sem sentido, visto não termos ciência acerca das informações que a Volkswagen tem sobre o mercado em que atua, tampouco sobre seus objetivos. Além do que, gestão não é uma ciência exata.
Todavia, a título de provocar reflexões conceituais sobre marketing, tentaremos explorar o assunto confrontando duas visões: a institucional e a de produtos, reiterando que se trata de um mero exercício despretensioso de análise.
Supondo que a estratégia da montadora fosse atrair para o produto anunciado um público de dado segmento do mercado, a medida poderia fazer sentido. Para isso seria mandatório terem feito a mensuração do potencial do público-alvo, estimar eventuais rejeições através de pesquisas e ponderar os efeitos relacionados à canibalização dos demais produtos fabricados pela marca alemã. Sim, conceitualmente falando, há o risco de o veículo ficar tão associado à causa encampada, que os que a ela aderem podem deixar de comprar outros modelos do próprio fabricante.
Todavia, se a proposta era se mostrar como uma marca “defensora” da diversidade, penso que a iniciativa de associar a causa a um de seus produtos não é a mais apropriada, sendo mais proveitoso para esse fim realizar uma campanha institucional reforçando sua crença nesses valores. Ter um único produto como símbolo de qualquer causa, além de implicar no risco de provocar rejeição entre aqueles que não concordam com a exaltação da mesma, ainda pode, como foi dito acima, canibalizar os demais produtos.
Como exemplo da estratégia de privilegiar o institucional como ferramenta de defesa de causas, vale citar uma campanha da Avon instituindo o mês violeta, numa forma de representar aqueles que se sentem excluídos das ações relativas ao outubro rosa e ao novembro azul. Em nenhum momento fala de produtos.
Mas não há risco de ações institucionais contaminarem todos os produtos da marca? Não é mais fácil mitigar os riscos quando se envolve apenas um produto?
As dúvidas acima são absolutamente pertinentes, porém, a contaminação dependerá, sobretudo, do grau de associação que se dedique às campanhas. No comercial do Polo, a mensagem remete o novo modelo a “novas experiências” onde um casal gay é protagonista do filme. Nesse caso, se houver algum tipo de rejeição significativa, os ajustes serão mais difíceis em função dos inúmeros elementos de associação.
Já a campanha da Avon conseguiu demonstrar respeito e apoio à inclusão sem que isso se torne o único mote da marca, o que faz com que eventuais necessidades de ajustes demandem menos investimentos.
Chamamos a atenção, no entanto, que a discussão apresentada focou basicamente a publicidade em torno das marcas, ignorando de forma proposital – e errada – que as decisões de consumo dependem também de precificação, distribuição e qualidade do produto.
terça-feira, 10 de maio de 2022
Os sanduíches e as fake news
terça-feira, 3 de maio de 2022
Em busca da fama
O tempo foi passando, o corredor foi ficando, até que alcançou a final, mas não ganhou o prêmio máximo de R$ 1,5 milhão, o qual, talvez, compensasse o período em que ficou sem treinar e teve a preparação como atleta prejudicada.
Ah, mas ele ficou famoso. É verdade! Baseado no histórico de outros participantes, vale indagar: quantos mantiveram a fama por tempo suficiente para remunerá-los através de presenças em eventos ou mesmo de publicidade? Aliás, até que ponto, a presença nas atividades citadas acima não irá prejudicar ainda mais o treinamento? Não custa lembrar que treinamento não se resume às sessões da prática da modalidade, mas também à alimentação e ao descanso.
Ah, mas ele aumentou o número de seguidores nas redes sociais, fato que nunca aconteceria se não tivesse participado do programa. E daí? Número de seguidores paga as contas? Pode até ser que em um primeiro momento algumas despesas venham a ser amortizadas em razão das permutas e de posts publicitários, mas por quanto tempo?
Ah, mas como atleta ninguém pode garantir que ele teria sucesso, afinal poderia se contundir. É verdade, mas antes de proferir tal alegação seria seguro tentar confrontar o percentual de atletas talentosos que tiveram as respectivas carreiras prejudicas por problemas médicos contra os que tiveram como causas a pouca dedicação ao esporte. É bem provável que desistam de sustentar tal argumento.
Por mais que o texto tenha como tônica a crítica em relação à decisão do rapaz e/ou de seus gestores de carreira, temos que entender dois pontos cruciais: (i) que é muito difícil podar um jovem da possibilidade de pegar “atalhos” para alcançar seus objetivos, sendo a fama e a grana parte deles; (ii) que as modalidades olímpicas brasileiras têm sua percepção de atratividade claramente em desvantagem quando comparadas com programas de televisão. “Ser artista” aparenta ser mais interessante do que “ser atleta”.
Quanto ao primeiro ponto não cabe discussão, apenas uma boa educação familiar é capaz de mitigar tais ímpetos. Já o segundo nos coloca diante de um bom tema para reflexão e também de um desafio para os gestores que atuam nas áreas de marketing do esporte: como incorporar atributos que coloquem o esporte em clara vantagem competitiva quando comparado com outras atividades?
O fato ocorrido com o Paulo André não é inédito, ele ocorre frequentemente, só que sem a mesma divulgação/repercussão, pois, poucos atletas têm tamanho potencial e o programa de TV que ele participou possui características diametralmente opostas às do esporte.