São inúmeros os relatos de profissionais arrependidos por terem trocado de ocupação após se encantarem com propostas "tentadoras".
Geralmente são seduzidos pelo salário e pelo “projeto” – um belo canto de sereia - e esquecem de pesquisar sobre a cultura da empresa, condições de trabalho e, principalmente, potencial de resultados.
Esse quadro costuma ser mais frequente em empresas familiares que não estejam performando.
A citada falta de resultados costuma levar a uma tentativa de profissionalização que, obviamente, exigirá que se ofereça um salário acima da média de mercado para atrair os executivos, os quais, por sua vez, sofrerão bastante rejeição pela parte da família que é contra a vinda de pessoas de fora para cargos de maior responsabilidade.
Além da rejeição, os novos executivos podem se deparar com situações nada condizentes com os objetivos de melhoria, tais como a imposição de se manter familiares mesmo que despreparados na equipe, forte resistência cultural à implantação de modernas práticas de gestão e escassos recursos para investimentos.
Evidentemente a performance esperada não sairá na expectativa de prazo de quem contratou os executivos, que, frustrados, deixarão a empresa.
Essa breve narrativa é, na verdade, uma analogia ao que costuma ocorrer no mercado de material esportivo quando novos entrantes oferecem vultosas quantias aos clubes para tomarem o lugar do fornecedor atual.
Trata-se muitas vezes de verbas absolutamente tentadoras, mas que quando analisadas detalhadamente e com o devido foco mercadológico trazem questionamentos e as deixam menos atraentes.
Entre os pontos que fragilizam as propostas "tentadoras" estão:
- a reduzida estrutura de distribuição e comercialização costumeira aos novos entrantes da indústria de bens de consumo;
- o que acarreta um atendimento precário ao torcedor que deseja comprar o produto, visto que o nível de ruptura é bastante alto;
- consequentemente, o novo fornecedor terá dificuldades para obter os resultados financeiros esperados, podendo até chegar ao ponto de pedir a rescisão.
Exemplos não faltam...
Ou seja, o mesmo canto da sereia que é capaz de seduzir um profissional para trocar de emprego, também acontece com clubes de futebol.
Vale, no entanto, ressaltar que exceções podem acontecer, mas para isso é necessário que se avalie muito bem todas as variáveis que influenciam no processo.
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