Quando se discute sobre o legado que os Jogos Olímpicos deixam para um país, abordam-se na maioria das vezes as melhorias que a cidade-sede recebe em termos de infraestrutura, o que, sem dúvida, é de extrema importância.
A oportunidade de passar a ser um destino turístico mais atrativo, graças ao fortalecimento do perfil internacional adquirido pelo evento, também é uma realidade.
No entanto, muito pouco é citado sobre a transformação da cultura esportiva do país devido à atmosfera que passa a imperar na nação.
Pouco se discute, também, sobre as instalações esportivas que, em tese, ao serem construídas facilitariam a prática de algumas modalidades que, até então, não faziam parte das potenciais opções esportivas da nação.
É sabido ou inferido, entretanto, que muitas modalidades não “pegam” em certos países, razão que leva os Comitês Organizadores Locais a optarem por instalações temporárias.
No entanto, muito pouco é citado sobre a transformação da cultura esportiva do país devido à atmosfera que passa a imperar na nação.
Pouco se discute, também, sobre as instalações esportivas que, em tese, ao serem construídas facilitariam a prática de algumas modalidades que, até então, não faziam parte das potenciais opções esportivas da nação.É sabido ou inferido, entretanto, que muitas modalidades não “pegam” em certos países, razão que leva os Comitês Organizadores Locais a optarem por instalações temporárias.
O estádio onde foram disputadas as competições de basquetebol nos Jogos de Londres é um exemplo disso, com capacidade para 12 mil espectadores e custo de R$ 110 milhões, a instalação foi totalmente desmontada, tendo sido inclusive cogitada a possibilidade de ser transferida para os Jogos do Rio 2016 ou para Glasgow 2014 (Commonwealth Games).
Aqui vale uma pausa para reflexão: Será que a Grã-Bretanha tem desempenho ruim no basquetebol por falta de instalações de bom nível ou a falta de instalações de bom nível é reflexo da performance ruim dos britânicos nessa modalidade?Obviamente o questionamento acima é exagerado e tem como único objetivo provocar a reflexão de que, talvez, seja necessário insistir na existência de espaços para todas as modalidades, mesmo que as performances não sejam satisfatórias nos curto e médio prazos.Na verdade, o que se pretende com o artigo é avaliar a melhor forma de oferecer instalações adequadas às competições, sem que essas fiquem subutilizadas posteriormente e que a modalidade ali praticada não seja relegada ao ostracismo.
Vejamos o caso do estádio olímpico Ninho do Pássaro em Pequim, que teve um investimento superior a US$ 500 milhões e raríssimas vezes consegue colocar um público que chegue perto dos 80 mil lugares.
Em Londres, das quatro grandes edificações: Velódromo, Centro Aquático, Pavilhão de Handball e o Estádio Olímpico, apenas o primeiro não terá seu uso reduzido para atender à demanda pós-Jogos. O Centro Aquático que foi projetado para acomodar 18 mil espectadores, dificilmente receberá mais de 6 mil numa competição regional.
Diante desses exemplos e de muitos outros que não teriam espaço suficiente no artigo, podemos concluir que a solução mais razoável para esse impasse seria a construção de instalações definitivas, porém com a parte relativa aos assentos sendo temporárias.
Há ainda a possibilidade de aproveitamento dos espaços dos assentos desmontáveis em construções que possam ser dirigidas tanto ao segmento esportivo - centros de treinamento e ginásios, como também a instalações de cunho social - como colégios, creches e bibliotecas.
Creio que dessa forma, seja possível não apenas ter locais apropriados para receber os megaeventos dentro dos parâmetros estabelecidos pelas autoridades, como também deixar um legado social e esportivo ao país.
Por fim, não custa reforçar que tais soluções terão validade reduzida, caso o legado relativo à infraestrutura e revitalização das áreas não se efetive.









