Ao se analisar os
ramos de atividade presentes como patrocinadores de equipes esportivas, constatamos que o setor varejista não
costuma ter uma representatividade compatível com o volume de receitas que gera. Além do que, as poucas empresas do setor que optam por esse investimento geralmente pertencem a segmentos mais
especializados como concessionária de automóveis, duty free e material
esportivo, por exemplo. Excetuando as ações específicas ou as que não apresentam longevidade, é raríssimo encontrar grandes varejistas de produtos com
alto giro utilizando times de futebol como ferramental de marketing.
As razões para esse
fato podem estar relacionadas ao receio de rejeição e/ou à opção de direcionar
suas verbas para iniciativas que, segundo seus gestores, possam dar mais retorno
tanto financeiro como de imagem. Decisão que não cabe ser críticada por quem está de fora, pois nessa posição não se
tem a noção perfeita dos objetivos estratégicos das empresas, acrescentando a
isso o fato de gestão não ser uma ciência exata.
Contudo, vale a
título de reflexão comentar que existe a possibilidade de o varejista se tornar
patrocinador sem mandatoriamente utilizar seus próprios recursos, usando em vez
desses as verbas dos fornecedores. É evidente que essa não seria uma verba
extra, mas sim uma realocação do que originalmente estaria previsto para ações
promocionais da indústria junto ao varejista.
Possibilidades não faltam,
caberia às partes avaliar as respectivas viabilidades e, principalmente, estarem
dispostas a agirem um pouco diferente do que costuma ser o tradicional.
Como contraponto ao
histórico de pouca presença de varejistas "mais generalistas" no esporte, registre-se
que a Target – rede norte-americana fundada em 1902 e que tem como foco vender
a preços baixos – passou a patrocinar a
MLS (Major League Soccer) e o Minnesota United FC em 2017, lembrando que a empresa já detinha
o naming right da arena de Minneapolis que recebe os jogos das equipes locais
de basquetebol e hóquei sobre o gelo.
Estando de fora é difícil
precisar as razões que levaram a empresa a acreditar no esporte e no marketing, até porque as empresas desse segmento costumam direcionar seu
foco para às áreas de compras e de operações – o que fazia total sentido no passado -, todavia, o elevado e crescente grau de competitividade no setor
têm levado as empresas buscarem inovações para se diferenciarem da
concorrência.
Corrobora
para essa tese o histórico das iniciativas de marketing por parte da Target, dentre
as quais vale citar sua atenção aos modelos preditivos capazes de identificar através
das análises e cruzamentos dos dados de seus clientes, informações que vão desde o estado civil até se a
cliente está grávida, o que serve para o melhor direcionamento das ofertas,
muitas dessas com o auxílio dos fornecedores.
Não há como
determinar se efetivamente esse movimento de patrocínio é uma tendência que será seguida
pelas demais cadeias varejistas, no entanto, não resta a menor dúvida de que as
empresas que triunfarão nesse ramo serão aquelas que dedicarão ao marketing a
mesma atenção que aplicam a compras e à operação das lojas.
Na
verdade, independentemente do setor, o marketing, desde que perfeitamente
entendido, é um fator determinante de sucesso.
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