A busca por patrocinadores, independentemente da modalidade esportiva, é uma das tarefas consideradas mais árduas por parte de dirigentes e atletas. Essa busca geralmente é feita sem critérios definidos, e o pior, sem que as propostas sejam adequadas às características e interesses do potencial patrocinador.
Um levantamento sobre os patrocinadores dos principais times de futebol no mundo, feito pela Perform Gestão de Resultados, permitiu identificar os ramos de atividade que mais investem na modalidade, além da nacionalidade das empresas e respectivas regiões de interesse.
Foram analisados 503 clubes que disputam a 1ª divisão (dados do 2º semestre de 2009) em 31 países, sendo 16 da Europa, 5 da América do Sul, 2 da América do Norte, 5 da Ásia, 2 da África e 1 da Oceania, nessa relação se encontram os 10 países mais ricos do mundo e os 10 primeiros do ranking da FIFA.
Os valores dos patrocínios não foram considerados no estudo em virtude da pouca fidedignidade das informações a respeito.
Nessa relação estão contemplados os ramos de atividade que mais investem em patrocínios, porém vários outros também patrocinam clubes de futebol, alguns até inusitados como cigarros, grama artificial e armamentos, entre outros.
A globalização é outro fator que não pode ser desprezado nessa análise, visto que muitos patrocinadores decidem pelo investimento em função da exposição mundial e não apenas pela exposição no país de origem do clube.
Essa situação pode ser melhor ilustrada através dos exemplos de alguns times, tais como:
Milan e Real Madrid, que são patrocinados por um site de apostas austríaco, cumpre relatar que na Espanha, mais 4 equipes são patrocinadas por empresas desse ramo, cada uma por um patrocinador diferente, sendo que nenhum é espanhol.
O Manchester City tem o patrocínio de uma seguradora americana, o Chelsea de uma indústria de eletro-eletrônicos sul-coreana e o Arsenal por uma cia. aérea dos Emirados Árabes.
NACIONALIDADE PATROCINADORES X CLUBES PATROCINADOS
As empresas de origem européia têm seu foco de patrocínio concentrado no próprio continente (96,9%).
Nesse continente, os 5 países com mais "empresas patrocinadoras" são: França com empresas presentes em 23 clubes, Alemanha em 22, Holanda e Itália em 20 e Suíça em 19 clubes.
Apesar da Espanha ser um forte mercado para o futebol, apenas 10 empresas espanholas patrocinam equipes desse esporte.
As empresas sul-americanas restringem seus investimentos nessa modalidade aos clubes do próprio continente.
Já as asiáticas são as que estão presentes em mais continentes, 73,9% em clubes da Ásia, 15,9 % da Europa, 8,7% da América do Sul e 1,4% da Oceania.
Os EUA tem empresas patrocinando clubes em 10 países, sendo líder nesse quesito, seguido por Alemanha e Coréia do Sul em 7 e Japão em 6 países.
NACIONALIDADE DOS CLUBES X PATROCINADORES
Os clubes europeus têm seus patrocinadores oriundos em sua grande maioria de empresas européias (86,3%).
Na Holanda todos os clubes têm como patrocinadores empresas do próprio país.
No caso dos clubes brasileiros, 81,8% deles são patrocinados por empresas brasileiras, 9,1% por sul-coreanas, 4,5% por americanas e 4,5% por japonesas.
O país com maior diversidade de clubes patrocinados por empresas estrangeiras é a Inglaterra com presença de empresas de 7 países, seguidos por Espanha com 6 e Bélgica com 5 países.
Na verdade, o estudo realizado traz muito mais informações, porém as que foram passadas já são suficientes para se concluir que a diferença quanto à predisposição ao patrocínio por parte das diversas empresas, ou mesmo dos diversos ramos de atividade, é função de uma série de variáveis, entre as quais, margem de lucro, verba para investimento em marketing, competitividade do mercado, legislação, além da credibilidade nesse tipo de iniciativa.
Todas essas variáveis são importantíssimas para a decisão de investimento, entretanto, não se pode negligenciar, nem por parte do possível patrocinador, nem do eventual patrocinado, a necessidade de sinergia entre as partes.
No caso do patrocinador, é indispensável que os objetivos de mercado estejam bem definidos para que a decisão de investimento esteja adequada ao que se pretende alcançar.
Já o patrocinado deve ter em destaque as características que lhe conferem alguma singularidade e sinergia com os objetivos do patrocinador.
O case do patrocínio do Banco do Brasil ao voleibol exemplifica bem as condições citadas acima.
Pois quando o banco identificou a necessidade de rejuvenescer sua base de clientes, encontrou no voleibol um esporte com a característica "jovem" para associar sua marca. O resultado da iniciativa atendeu plenamente às expectativas objetivadas.
Enfim, a busca por patrocínios não pode ser meramente um exercício de relacionamento, mas de estudos que contemplem as peculiaridades mercadológicas das partes envolvidas.
Excelente Idel, parabéns!
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