terça-feira, 16 de agosto de 2011

A busca por atenção


Quando se faz menção ao alto grau de competitividade do mercado, geralmente remetemos a imaginação para a disputa por clientes que venham a se interessar pelos produtos e/ou serviços ofertados. 
Na verdade, a competição é muito mais complexa, pois a disputa envolve também o tempo, a confiança e a atenção que o cliente dedicará a cada oferta. 
Estudos apontam que em um único dia, o ser humano é exposto a tamanha gama de informações, que se dedicasse 60 segundos a cada item exposto demandaria 800 anos para atentar a todos. 
Sobre esse fato se aplica bem uma frase do economista Herbert Simon, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 1978: 
“O que uma informação consome é bastante óbvio. Ela consome a atenção de todos os seus receptores. Daí, uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção.” 
Dessa forma, o quesito originalidade passa a ser decisivo nessa disputa. 
Esse raciocínio também pode e deve ser aplicado às equipes e modalidades esportivas em suas eternas buscas por receitas, sejam essas advindas de patrocínios, bilheteria, licenciamento e direitos de transmissão. 
Dentro desse contexto, chama atenção a iniciativa de uma dupla de vôlei de praia inglesa - Zara Dampney e Shauna Mullin. 

Conforme foi comentado no artigo  "A sensualidade e o marketing", existe uma forte tendência de se explorar a sensualidade no ambiente esportivo, e nesse aspecto, o vôlei de praia feminino é uma das modalidades que mais atrai a atenção dos que assistem à competição atraídos por “outros” interesses. 
Tanto que grande parte das fotografias sobre esse esporte traz closes dirigidos às partes sensuais das atletas. 
Baseado nessa particularidade, a dupla inglesa resolveu capitalizar em cima desses atributos, para isso cada jogadora usará na parte de trás do biquíni, um QR Code - uma espécie de código de barras que ao ser fotografado por um smartphone remeterá a um link de um site. 
Nesse caso, trata-se de um site de apostas online, o Betfair, que se aproveitará da atratividade dessa parte das atletas para anunciar seus produtos. 
Sem dúvida, uma iniciativa de extrema originalidade, na qual os patrocinadores utilizam tecnologia e a sensualidade das jogadoras para comunicarem seu produto e atraírem a atenção do público nos jogos.
Não podendo ser desprezada a divulgação que essa ação obterá nas editorias esportivas e de negócios dos veículos de comunicação, além, é claro, em alguns blogs de marketing.


2 comentários:

  1. Acho lamentável a exploração da sensualidade no ambiente esportivo, cujo interesse, tanto por parte dos expectadores, patrocinadores e principalmente dos atletas, deveria estar voltado para o desempenho e não para as "partes sensuais" das atletas.
    Infelizmente, não é o espírito esportivo que move essa engrenagem e sim o interesse econômico.

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  2. ops, digo: espectadores

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