terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O dilema da modernização


Quase todas as marcas com muito tempo de existência pensam em se modernizarem.
Essa iniciativa pode ter os mais variados objetivos, dentre os quais podemos citar:
  • Passar a percepção de inovação, atualização e atenção ao desenvolvimento do mercado/sociedade;
  • Rejuvenescer e renovar a base de consumidores;
  • Agregar novos conceitos e/ou posicionamento;
  • Servir como mote para campanhas publicitárias;
  • Reagir à entrada de concorrentes.
Todos esses objetivos podem ser perfeitamente conjugados.
Porém, o mais interessante dessa situação é notar o quão paradoxal é o mercado.
Enquanto existem empresas e marcas ávidas por terem uma história para contar, terem uma imagem de tradição e solidez para serem exploradas como posicionamento mercadológico, as marcas mais antigas vão em busca da "modernização".
Toda essa explanação tem como base o mercado de bens de consumo, o qual julgo como uma das melhores escolas de marketing, no entanto, tudo que foi exposto aqui pode e deve ser aplicado ao segmento esportivo. 
O que, apesar de óbvio, está longe de ser uma tarefa fácil.

Primeiramente é necessário que os gestores esportivos entendam que seu time, confederação e/ou evento devem ser geridos como uma marca, o que ainda esbarra em muita resistência.
Vencida essa etapa, precisam buscar profissionais competentes em marketing para formatar o produto, de modo que esse fique atrativo ao mercado, o que inclui toda a cadeia de stakeholders (patrocinadores, mídia, espectadores, atletas, órgãos governamentais, etc.).
Esta formatação passa mandatoriamente pela análise e monitoramento sobre os potenciais concorrentes.
Um bom exemplo para ilustrar esse tema é o  do Giro d’Italia, competição de ciclismo que teve sua primeira edição em 1909 e que, após muita resistência daqueles que não admitiam a transformação de um “monumento do esporte italiano” numa mera marca, contratou a RCS Sport, empresa italiana de Sports Business, para gerenciar o produto.
O grande desafio será rejuvenescer a marca e deixá-la mais atrativa, porém, sem abdicar dos valores históricos do evento.
Se conseguirão êxito, só o futuro dirá, porém a primeira pedalada já foi dada.


Um comentário:

  1. Entre os itens, um aparentemente trivial, mas eventualmente importante: substituir uma marca porcaria que serviu sabe-se lá como a algo que prosperou.

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