terça-feira, 19 de março de 2013

A indústria da beleza

No artigo “A sensualidade e o marketing” http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/2011/08/sexualidade-e-o-marketing.html procurei mostrar algumas situações onde o esporte e atletas se aproveitavam da sensualidade para se destacarem. 

Dessa vez, a análise também versará sobre esporte, marketing e sensualidade, porém com uma ótica inversa, ou seja, pessoas e instituições que têm como negócio fim a exploração da sensualidade e que se aproveitam do esporte para obterem o destaque objetivado. 

São inúmeras as capas de revistas masculinas - tanto no Brasil como em outros países - que usam como tema dos ensaios, atletas das mais variadas modalidades esportivas.
Frequentam essas capas desde atletas com pouco reconhecimento no meio esportivo até atletas de renome internacional, entre essas podem ser citadas: No Voleibol, Francesca Piccinini, seleção italiana e Milena Radecka, seleção polonesa; no Tênis Ashley Harkcleroad, americana que chegou a duas finais de Grand Slam, na Natação, Franziska van Almsick, ex-recordista mundial alemã dos 200 livre e Amanda Beard, medalhista olímpica americana. 

Outra ação que também se aproveita da sensualidade para o mesmo fim é a criação de concurso de musas dos times de futebol e de cheerleaders das franquias que disputam as principais ligas esportivas americanas. 

Por fim, existem as modelos que ao se intitularem como musas da Copa, das Olimpíadas e/ou dos demais eventos esportivos também conseguem projeção na mídia. 

Debater a decisão das atletas e musas que optam por esse tipo de trabalho fugiria do contexto do blog, porém, creio que, desde que não venha trazer prejuízos aos valores do esporte, essa é uma questão totalmente de foro íntimo. 
Já a exploração do esporte pela indústria da beleza e sensualidade deve ser analisada num âmbito mais abrangente. 
  • O que será que leva o atleta a ser tão requisitado para esse fim?
  • Por que uma disputa de beleza deve ter candidatas representando times?
  • Qual a razão de modelos quererem se associar a marcas esportivas? 
Responder isoladamente a cada uma dessas questões exigiria muito espaço e fatalmente implicaria em explicações redundantes.
A resposta básica que explica esse movimento é que o esporte é um ramo de atividade de grande apelo, baixa rejeição, extrema plasticidade e com capacidade de mexer com o lado aspiracional de grande parte da população, ou seja, quase todos já desejaram ser atletas ou frequentar o ambiente esportivo.

Uma pena que poucas empresas, principalmente em nosso país, atentaram para essas características e conseguem explorar de maneira inteligente o potencial que essa atividade pode proporcionar às suas marcas.

3 comentários:

  1. Olá Idel, tudo bem? Parabéns mais uma vez pelo post!

    Fiquei pensando em outros aspectos relacionados à exploração da sensualidade ligada ao esporte. Veja se acha que faz sentido:

    Primeiramente está as muitas conexões entre esporte e sexo: excitação, transpiração, contato físico, valorização do corpo, orgasmo (o que é um gol, senão um momento de orgasmo?). Estes aspectos, a meu ver, contribuem para a criação instintiva de uma atmosfera na qual a conexão esporte + sensualidade faz sentido.

    Além disso, com o objetivo de atrair mais publicidade, empresas que vendem esporte buscam manter a atenção do seu público além da hora do jogo. E a exploração da sensualidade (basicamente feminina) é um caminho seguro, uma vez que o público é majoritariamente masculino. Acredito que haja um receio por parte das empresas (não infundado) de terem suas iniciativas nesse sentido acusadas de apelativas ao promoverem uma supervalorização do corpo ao invés de uma valorização, como no caso do esporte. A linha pode ser muitas vezes tênue.

    Segue mais um exemplo da exploração da sensualidade no esporte em concurso promovido aqui na Globosat atualmente.

    http://sportv.globo.com/site/eventos/combate/noticia/2013/03/confira-finalistas-do-concurso-ring-girl-combate-jungle-fight.html

    Grande abraço e ST

    Diogo Leuzinger

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Diego
      Obrigado pelo seu comentário.
      Creio que vc esteja correto, principalmente por ter utilizado no 1o parágrafo, a palavra "institiva".
      Não sei ao certo se todos os fatores que vc elencou são conscientemente identificados nas decisões sobre campanhas, mas muito provavelmente contribui na percepção de quem é exposto á mensagem.
      Abraços
      ST
      Idel

      Excluir