Todas as pessoas que acompanham o mundo dos esportes, mesmo os que não residem no Rio de Janeiro, já devem ter tomado conhecimento da discussão sobre a demolição do Parque Aquático Julio de Lamare e do estádio de Atletismo, Celio de Barros, ambos pertencentes ao Complexo Maracanã.
O tema surgiu em função da reforma do estádio de futebol, que para ficar mais atrativo à iniciativa privada, deveria dar um novo aproveitamento, esse mais ligado ao entretenimento e com maiores possibilidades de receitas às demais áreas do complexo.
As empresas que disputavam a concessão do estádio ficaram a favor da demolição e se comprometeriam a construir as mesmas instalações em outras áreas.
Grande parte dos torcedores de futebol também foi a favor dessa solução.
Do outro lado ficaram as comunidades dos esportes olímpicos, principalmente aquáticos e atletismo e boa parte da população.
Após inúmeras discussões, manifestações e desrespeito aos contratos, parece que a demolição foi cancelada.
Os argumentos de cada parte são bastante válidos e, por já terem sido bastante explorados, creio que não seja aqui o local para discuti-los de forma detalhada.
Na verdade, criou-se com essa celeuma uma cortina de fumaça que oculta a causa maior do problema: a falta de instalações esportivas no país, o que faz com que uma eventual demolição se transforme num enorme problema, afinal, o número de instalações disponíveis não condiz com o tamanho do país e do que dizemos pretender com o esporte.
Algumas capitais do Brasil não dispõem sequer de uma piscina olímpica e pistas de atletismo são artigos de luxo, ao contrário do que ocorre em países mais desenvolvidos.
Isso sem falar da falta de respeito de parte da população em relação a ciclistas, corredores e demais praticantes de esportes.
Isso sem falar da falta de respeito de parte da população em relação a ciclistas, corredores e demais praticantes de esportes.
Tal imbróglio ficaria até salutar se versasse pelo aspecto de tradição ou histórico das instalações, porém, infelizmente, não é o caso.
Enquanto nossos governantes e, consequentemente, a população não conseguirem ver o esporte como um forte agente educativo de formação e de inclusão, tais “disputas” irão ocorrer e sem vencedores, o que é mais lamentável.
Evidentemente, se pensarmos no curto prazo, o fato de existirem mais pessoas praticando atividades esportivas pouco agregará para a sociedade, no entanto, essa inclusão esportiva irá propiciar no futuro, uma população mais saudável e cidadãos mais conscientes, o que, talvez, não seja o objetivo dos atuais governantes.
Então demole, ou não...e não se discute a correta questão.
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