terça-feira, 20 de agosto de 2013

Semelhante não é igual

O progresso da sociedade leva consequentemente a mudança de padrões e comportamentos, entretanto faz-se necessário discutir até que ponto e qual a velocidade de tais mudanças.

“Melhorar, aperfeiçoar e aprimorar” são verbos que denotam atitudes positivas, entretanto, há que se avaliar de forma mais meticulosa todos os fatores que envolvem tais progressos.
Quais as consequências das ações a serem implementadas, que público será atendido e como se situam num cenário de longo prazo são questões que devem ser debatidas detalhadamente.
Além do que, muitas dessas “mudanças” vêm embasadas em experiências ocorridas em situações muitas vezes diversas, tais como países e épocas.

Aliás, muitas vezes beira o limite do ridículo, argumentações baseadas em exemplos “estrangeiros” como se fosse uma verdade absoluta, ao invés de um mero parâmetro.


A Copa das Confederações trouxe à tona situações com essa característica, principalmente no tocante ao comportamento da torcida.

Restrições a instrumentos e até a assistir ao jogo em pé são alguns exemplos dessas tentativas de “legislar” que, por mais que tenham justificativas, não levaram em consideração os hábitos do brasileiro.
Não quero aqui defender ou atacar as medidas citadas, em minha opinião deveria haver espaços segmentados, onde em alguns fossem permitidas algumas formas de torcer e em outras não, até porque, muitos torcedores têm limitações que não lhe permitem assistir ao jogo em pé.

Minha intenção com esse texto é alertar que muitas das “regras” e determinações criadas, carecem de estudos mais elaborados a respeito de características locais, ressalvando que, se for para o bem da coletividade, é até aceitável que as mudanças ocorram.

Algumas empresas são ótimos modelos do que julgo como correto, valendo aqui citar dois cases interessantes:

O primeiro da Procter & Gamble que aumentou o tamanho de suas fraldas ao identificar que as famílias chinesas, incentivadas pelo governo, tinham apenas um filho.
Esse fato acarreta numa maior quantidade de lares compostos por 4 adultos (pais e avós), o que faz com que os bebês passem mais tempo no colo do que engatinhando, o que, consequentemente, deixa suas pernas mais grossas.

O segundo do McDonald’s que em função dos hábitos de cada país, desenvolve e comercializa produtos específicos como cerveja na Alemanha, iogurte na Turquia, massas na Italia, mc huevos no Uruguai e até big Mac sem queijo em Israel. 

Ou seja, o foco nos bons resultados passa mandatoriamente pelo estudo de mercado.


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