No artigo "Contra a impunidade" -http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/2014/03/contra-impunidade.html abordei o escândalo no voleibol brasileiro noticiado, agora, com mais frequencia pela imprensa.
Reportagens investigativas têm revelado parte do esquema que acontecia na Confederação Brasileira de Voleibol e, pelo que se comenta, muita coisa ainda pode vir à tona.
A propósito, seria ótimo se esse tipo de jornalismo fosse aplicado aos casos nebulosos do futebol.
Mas voltando à CBV, vale analisar a postura do patrocinador, no caso o Banco do Brasil, que ameaça parar de investir nessa confederação.
Num primeiro momento, essa notícia provoca revolta, principalmente no meio esportivo, afinal de contas, o esporte jamais deveria ser punido por erros de seus gestores.
Argumentação coerente e justa, porém devemos também analisar o lado do patrocinador.
O investimento no esporte, quando visto pelo prisma de marketing, tem um cunho muito mais voltado à associação da marca aos princípios e valores do esporte do que propriamente à exposição da marca.
Dessa forma, associar a marca a uma modalidade que esteja envolvida em escândalos pode gerar problemas.
Por outro lado, é importante lembrar de que é possível trabalhar os valores positivos do voleibol brasileiro, tais como suas conquistas, seus ídolos e todas as mostras de indignação da comunidade que transita nesse esporte.
Na verdade, a indignação é geral por parte daqueles que encaram o esporte com o devido respeito.
Registre-se que, passados mais de 20 anos, há empresas que investem no esporte, mas que não cogitam, sequer, conversar com alguma confederação que já tenha se envolvido em problemas, mesmo que todo o corpo diretivo desta já tenha mudado.
Claro que são decisões que prejudicam sobremaneira o esporte e que deveriam ser revistas, até porque, a troca dos dirigentes por motivos de corrupção é uma significativa mostra de que não compactuam de práticas desonestas.
Contudo, para evitar que novas situações parecidas aconteçam e que os patrocinadores tenham segurança em seus investimentos, é mandatório que ações de governança sejam aplicadas em toda cadeia esportiva e que os culpados sejam punidos exemplarmente.
Boa! Mas, o que se pode dizer da relação do Banco do Brasil com o governo federal, que o patrocina? Afinal, escândalo por escândalo, o governo faz mais barulho.
ResponderExcluirO serviço que o BB prestaria para o esporte, que se somaria ao já prestado pelos seus patrocínios até o presente momento, é cobrar transparência e accountability da CBV ou de qualquer outra federação que receba seu patrocínio.
ResponderExcluirA ausência de transparência e accountability inibe outras iniciativas de investimento no esporte. Vamos enfatizar aqui que o esporte é formador de caráter, de valores e princípios, enfim, de meritocracia. Esta última, por sua vez, está sendo lentamente desvalorizada no Brasil, e isso é um problema estratégico de Estado (do país Brasil).
O BB tem só uma saída nesse caso da CBV: Cobrar explicações, investigar, colaborar na investigação e prestar contas para a sociedade e seus acionistas. Qualquer outra atitude vai arranhar a imagem do banco.
Caro Nelson
ExcluirConcordo inteiramente com o que vc escreveu.
Resta torcer que o BB esgote essa investigação, doa a quem doer.
Abs