terça-feira, 7 de abril de 2015

É preciso ser...e parecer

À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta.
Tal frase surgiu em Roma por volta de 60 A.C., mas permanece atual, ainda bem. 
Pena que nem todos os políticos e gestores pensem dessa forma.
No caso do gestor esportivo, onde tanto os aspectos políticos como os técnicos se fazem necessários, essa frase parece ser cada vez mais ignorada, o que pode ser verificado em duas situações bastante comuns.

A primeira diz respeito ao “conflito de interesses”, figura que, apesar de comportar algum grau de subjetividade, traz situações onde nem cabem discussões.
Exemplificando, um executivo jamais pode estar numa posição em que seja responsável direta ou indiretamente pela contratação de serviços, cujos prestadores tenham relação próxima a ele.
Claro que nesse caso, o contratado preterido que tenha relação próxima com o executivo, será prejudicado. Lamento...
Tal postura é importante não apenas para internamente reforçar a política de ética da instituição e servir como exemplo para que situações dúbias não enveredem para o lado do “protecionismo”, como também para passar ao mercado externo o efetivo grau de seriedade daquele clube, empresa e confederação.
A segunda situação diz respeito principalmente ao público externo da instituição, o qual comporta entre outros, imprensa, patrocinadores, torcedores e poder público.
Esses não podem ter a menor dúvida ou desconfiança quanto à lisura da entidade, sob o risco de afastar mídia, investimento, fãs e eventuais incentivos governamentais, ferramentas vitais para o desenvolvimento de clubes e modalidades.
Acho, inclusive, que no caso de confederações/federações, a atenção ao público externo no que tange à correção da gestão deveria ser uma perseguição que beirasse o fanatismo.
Mas o que viria ser essa "correção"?
Essa resposta exigiria uma lista bastante extensa se fossemos detalhar todos os aspectos, mas tentando ser sucinto, resumiria numa só frase: “Decidir pelo que acreditar ser o melhor para a instituição sem se levar por interesses pessoais”, isso abrange decisões contratuais de fornecedores, admissão de colaboradores e escolha de patrocinadores.
Infelizmente, não vejo o cenário esportivo nacional como um exemplo de boas práticas, aliás, muito pelo contrário.
O conflito de interesses em certos clubes chega a ser indecente, enquanto algumas confederações parecem não terem aprendido as lições dos casos recentes.
Mas como o exemplo vem de cima...



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