No dia 12 de novembro aconteceu a edição #1 da Fluminense Run, primeira corrida de rua que teve como title sponsor um clube de futebol no Rio de Janeiro, uma iniciativa que aos olhos de grande parte das pessoas é relativamente normal, afinal, em quase todos os finais de semana ocorrem atividades dessa modalidade no país. Todavia, a escolha dessa ação teve forte motivação de marketing, onde o conceito de “extensão da marca” norteou a decisão.
Esse conceito tem como objetivo estender o uso de uma marca para outras variantes de produtos e/ou serviços. Não confundir com extensão de linha, que consiste em incorporar novas fragrâncias, embalagens, aplicações e/ou sabores a um produto já existente, enquanto que a “extensão de marcas” se fundamenta em empregar a marca em categorias diferentes da que originalmente a consagrou. Exemplos não faltam, até porque esse tipo de estratégia vem crescendo mundialmente, mas podemos citar, entre outros, a Ford no ramo de eletrodomésticos e a Apple com smartphones e até relógios.
Grande parte desses processos ocorre através do licenciamento da marca, ou seja, caso a empresa não possua a expertise no segmento que passará a atuar, ela licencia sua marca para os players que detenham essa capacidade, sendo fundamental que haja rigor na escolha desse parceiro, sob o risco de um mau desempenho vir a contaminar o produto original.
Voltando ao Fluminense, podemos considerar como "extensão de linha" as categorias de base do futebol, que têm praticamente o mesmo perfil de público do futebol profissional, segmento responsável pela maior fonte de receitas do clube.
Enquanto que os produtos oriundos do processo de "extensão de marca" são os artigos licenciados, as demais modalidades esportivas e a Fluminense Run, que teve a capacidade de disponibilizar para um público ávido por ter uma relação mais participativa e não apenas contemplativa com a instituição, a possibilidade de se praticar uma atividade esportiva sob a atmosfera tricolor.
Vale narrar que momentos antes da largada da prova foram tocadas várias músicas alusivas ao clube, as quais foram entoadas pela maioria dos participantes. Além disso, foi possível ouvir inúmeras vezes os gritos de "Nense" ao longo do percurso.
Com essa iniciativa, o único clube brasileiro detentor da Taça Olímpica conseguiu:
- Gerar novos negócios;
- Engajar os torcedores, pois esses passam a ter mais um ponto de contato com o clube de coração;
- Deixar a marca próxima mesmo daqueles que não são torcedores fanáticos de futebol;
- Se posicionar diante da opinião pública - onde se incluem os fãs de outras agremiações e a imprensa - como uma instituição preocupada em fomentar a prática esportiva em todas as suas manifestações;
- Proteger a marca, o que se deu ao contratar uma das melhores empresas em organização de eventos – a De Castilho Sports - agregando assim qualidade ao produto;
- Fortalecer a marca ao se tornar o primeiro clube do estado a ter sua própria corrida de rua, fato que reafirma a condição de pioneirismo que o clube mantém ao longo de sua história.
Como podemos ver, a Fluminense Run não foi apenas um evento de congraçamento e integração entre torcedores corredores, mas uma iniciativa com objetivos bem definidos no que tange ao mercado.
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