O post dessa semana terá muito provavelmente um número baixo de leitores, fato que credito ao período de festas natalinas, o qual faz com que as rotinas e os ritmos se alterem.
Mesmo ciente dessa característica, optei em publicá-lo por duas razões: (i) manter o dia em que os artigos são publicados e, dessa forma, cumprir o acordo tácito com os leitores que se acostumaram com essa rotina; (ii) discutir sobre a "quebra de ritmo" que toma conta de vários setores da economia.
Não se questiona aqui o direito de as pessoas terem seus momentos de folga e relaxamento, tais ocasiões servem inclusive para renovar as energias e descansar. O ponto que se traz para a reflexão diz respeito ao período que isso envolve. Explico: mesmo os feriados sendo oficialmente nos dias 25 e 1o de janeiro, os demais dias que se avizinham já contemplam um clima de desaceleração que, no meu modo de ver, não deveria existir. Ok,dias 24 e 31 são "quase feriados", tudo bem, e os demais?
E a máxima que preconiza que no Brasil o ano começa na primeira 2a feira após o carnaval? Nem na 5af após a 4af de cinzas vale para dar início.
A alegação de que as férias escolares influenciam a marcação de férias dos pais faz algum sentido, pois essa linha de raciocínio indica que menos colaboradores estarão nas corporações. Entretanto, assim como se provisionam verbas para férias e demissões, deveria haver processos para que, mesmo com menos pessoas, o trabalho não fosse afetado em um espaço de tempo curto.
Ainda que muitas empresas tenham esse tipo de atuação com processos eficazes e culturas voltadas ao trabalho árduo, existem outras que não conseguem impingir o mesmo ritmo e, consequentemente, acabam contaminando a economia.
Ao contrário dos diversos estudos que avaliam o montante de impostos pagos pela população, ainda não tive acesso, e nem sei se existe, a algum que estime as perdas da economia em função da queda da intensidade aqui descrita. Seria interessante quantificar esses valores, pois, provavelmente, chegaríamos à conclusão de que uma postura diferente aceleraria a economia e proporcionaria mais qualidade aos períodos "oficiais" de férias e feriados curtidos, afinal de contas, um crescimento econômico viria acompanhado de redução do desemprego e até melhorias na remuneração.
Não saberia dizer as causas que levam a esse hábito, uma delas pode estar associada a uma preferência bem maior em não trabalhar do que trabalhar, não podendo ser descartada a cultura que acaba contaminando o ambiente, só que aqui entramos num looping pois vem a dúvida sobre as razões que levaram a essa cultura.
Creio que não caiba investir muito tempo especulando tais razões, sendo mais salutar pensar em como reverter esse quadro, ou até mesmo se vale essa tentativa de reversão.
Para concluir deve ser citado que há setores que não diminuem as atividades, valendo também lançarmos uma provocação acerca de eventuais oportunidades que podem ser desenvolvidas com as “folgas” da concorrência, ilustram essa condição algumas ligas que realizam partidas em datas como Natal e Ano Novo e assim conseguem excelente audiência.
No mais, desejo a todos bom descanso e um ótimo Natal!
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