terça-feira, 8 de julho de 2014

Material esportivo na Copa

Esse artigo versará sobre o material esportivo utilizado pelas 32 seleções que disputaram a Copa do Mundo de 2014, segmento, aliás, único no que tange à exposição das logos nos uniformes dos jogadores.
Mesmo se tratando de patrocínios voltados às seleções nacionais, todas as marcas presentes podem ser consideradas globais, ainda que algumas dediquem maior atenção a praças estratégicas.
A Nike foi a marca que mais vestiu equipes, 10, seguida pela Adidas com 9 e Puma com 8. Se considerarmos que a Adidas é uma parceira FIFA, temos um empate em número de patrocinados na 1ª colocação.

Pode-se notar que desde 2002, as duas primeiras se alternam na liderança em termos de seleções patrocinadas.
Observando o quadro acima, concluímos que o fator decisivo para a liderança da gigante norte-americana esse ano foi sua maior presença entre as seleções europeias, passando de 3 equipes em 2010 para 6 em 2014, ao passo que sua rival alemã decresceu de 6 para 4.
Vale também observar que desde a Copa de 2002, a Nike não patrocina seleções africanas que estejam na competição.
É importante deixar claro que as negociações de patrocínio não se dão às vésperas das Copas, isso porque os contratos firmados costumam ser de longa duração e contemplam um prazo que englobe o principal evento.
Esse tipo de cuidado minimiza os riscos de negociações “leoninas” e permite que o fabricante se programe para produzir e distribuir as peças.
Isso não significa que não ocorram trocas pré-evento, vide os casos da Bósnia Herzegovina e da Grécia que vestiram respectivamente Legea e Adidas nas eliminatórias, portanto até outubro de 2013, e que na Copa ostentaram Adidas e Nike.
Evidentemente, as negociações ocorreram com uma antecedência bem maior do que pode ser deduzido através de uma simples observação nos uniformes.
Além do exposto anteriormente, deve se considerar que esse segmento, entre todos que patrocinam o evento e seleções, é o mais dependente da Copa, visto que seus produtos têm relação forte e direta com o esporte.
Todas as características enumeradas permitem inferir o quão elevado é o grau de complexidade da gestão de patrocínios por parte das empresas deste segmento.
Isto porque, a escolha das seleções a serem patrocinadas depende de uma série de fatores, tais como orçamento, população economicamente ativa do país, interesses estratégicos geográficos, estrutura na região, tradição esportiva, presença naquele mercado no tocante aos clubes e estimativa em relação ao desempenho esportivo, o que, por se tratar de esporte, tem um alto grau de imprevisibilidade.
Acrescenta-se a isso, a gestão do budget que deve considerar eventuais assédios dos concorrentes e os contratos individuais dos jogadores para utilização de chuteiras.
A propósito, segundo o site Football Boots Database - http://www.footballbootsdb.com/ - dos 736 jogadores das seleções da Copa, 380 usaram chuteiras Nike (51,6%), 269 calçaram Adidas (36,5%) e 51 utilizaram Puma (6,9%).
Diante de tudo que exposto, não restam dúvidas que se trata de um mercado extremamente desafiador, ainda mais diante das cifras envolvidas, que chegam a ultrapassar  a US$ 2 bilhões de faturamento anual, apenas com a categoria futebol.



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