terça-feira, 1 de julho de 2014

As cervejas na Copa



No período de Copa do Mundo não há como escolher algum tema que não tenha relação com o evento, sendo assim, continuaremos com as análises sobre os patrocinadores das seleções e da FIFA.
Dessa vez, o foco será o ramo de cervejas que, além de ser um dos patrocinadores da Copa do Mundo FIFA através da Budweiser, aparece como parceiro de 20 seleções, se tornando assim o 4º maior segmento em termos de quantidade de marcas apoiadoras.
Trata-se de um segmento de grande poder, tanto que conseguiu suspender a proibição da venda de bebida alcoólica nos estádios brasileiros na Copa do Mundo, e mais, ao renovar o contrato de patrocínio com a Anheuser-Busch Inbev até 2022, terá a comercialização desse produto nos estádios do Catar, um país de leis islâmicas que proíbe tanto o produto quanto a sua publicidade.
A análise, dessa vez, não contemplará as estratégias das marcas no mercado brasileiro, até porque nenhuma delas patrocina nossa seleção, contudo, muito do que será abordado em relação ao mercado internacional é análogo ao ambiente local.
O mercado de cervejas, sob o prisma de penetração/distribuição, pode ser dividido sumariamente em marcas globais e regionais/locais.
A Budweiser, que patrocina desde 1986 a Copa do Mundo é uma marca global e aposta no evento para ganhar participação de mercado e desenvolver a imagem nos mercados internacionais, já que seu portfólio de patrocínio fora dos EUA é relativamente pequeno. Além da Copa do Mundo FIFA em si, a marca aparece na competição como parceira dos times inglês e norte-americano.
Do grupo AB Inbev, as marcas locais Quilmes, Pilsen e Jupiler são patrocinadoras das seleções da Argentina, Uruguai e Bélgica, respectivamente, sendo que nesse último país, a marca detém o title sponsor do campeonato de primeira divisão.
Cumpre relatar que nos jogos da seleção italiana, o painel estático do gramado exibiu a marca global Beck’s, também do grupo, ao invés de Budweiser.

O grupo Heineken http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/2014/05/heineken.html, apesar de ausente como parceiro oficial do evento, equilibra o jogo graças ao sucesso do patrocínio à Champions League da UEFA.
Complementa sua atuação de peso na plataforma futebol, a presença na Copa do Mundo através do investimento de 5 marcas como patrocinadoras, duas globais, Heineken e Amstel (seleções holandesa e grega, respectivamente) e três locais, Cruz Campo no time espanhol, Pilsener no equatoriano e Sagres no português.

A cerveja Aguila, que patrocina a seleção da Colômbia e a Salva Vidas, patrocinadora de Honduras são marcas regionais da SAB Miller, grupo anglo sul-africano que é o 2º maior do setor no mundo

Como parceiras de seleções na Copa, ainda é possível encontrar marcas estritamente regionais como a alemã Bitburger e bósnia Sarajevska, por exemplo, além de outras globais como a japonesa Kirim e a irlandesa Guinness, esta com forte tradição no rugby.

Obviamente, cada um desses patrocínios foi ativado e propagado nas praças de interesse das empresas, aliás, muitos deles serviram como ações complementares de outras já implementadas da plataforma futebol.
Mas no meu modo de ver, o mais interessante deste processo é constatar que, mesmo sendo a cerveja uma bebida alcóolica e portanto sem tanta sinergia com o esporte como outros produtos, há uma inegável aproximação das empresas cervejeiras com o futebol.
O que talvez possa ser explicado pelo fato dessas empresas encararem o futebol mais como entretenimento do que propriamente como esporte, o que, adianto, não é nocivo, afinal transformar competições esportivas em espetáculos de entretenimento deve ser meta de qualquer gestor esportivo, evidentemente tomando o devido cuidado para que não haja nenhum desvio dos princípios envolvidos no esporte.





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