Muitas dessas instituições nem possuem verba destinada ao marketing, outras têm, mas frequentemente são reduzidas em função de ajustes necessários para sanear as finanças. Ambas as situações comprometem sobremaneira o planejamento estratégico e mercadológico.
Contudo, os problemas relacionados ao orçamento não se resumem à falta ou ao não cumprimento dele, pois há ainda a discussão em torno do método utilizado para sua definição.
Contudo, os problemas relacionados ao orçamento não se resumem à falta ou ao não cumprimento dele, pois há ainda a discussão em torno do método utilizado para sua definição.
Na verdade, nem nas grandes corporações existe uma forma considerada padrão para o estabelecimento da verba de marketing, além do que, existem diferenças em função do ramo de atividade, do porte e dos objetivos das empresas.
Entre os critérios mais utilizados devem ser citados:
- “All-in” – Aqui todo recurso, que não tenha sido alocado para pagar as despesas e custos operacionais, é direcionado ao marketing.
Tem a vantagem de não pesar muito nas contas da corporação, porém, dependendo da saúde da empresa, o residual pode ser insuficiente para investimentos significativos.
Não creio que seja uma forma interessante para clubes de futebol, visto que estes não costumam fazer provisões para rescisões, premiações e contratações “salvadoras”, fatos que fatalmente comprometeriam a verba “estipulada” para o marketing.
- Paridade Competitiva – Nesse critério as verbas são baseadas no que é praticado pela concorrência.
Mesmo para empresas, tenho restrições ao método, pois além de não contemplar as eventuais diferenças que existem entre concorrentes, coloca a instituição numa posição de “seguidora”.
- Objetivo-Tarefa – Nesse método, a verba é estabelecida em função do que será executado para atingir os objetivos propostos, ou seja, o gestor estabelece que para atingir a meta, necessitará realizar certas iniciativas. A partir daí se calcula quanto isso custaria.
O método, apesar de coerente, é falho à medida que a correlação investimento / resultado é bastante influenciada por fatores exógenos como atuação da concorrência e cenário econômico, entre outros, sendo que no caso do esporte, a reduzida série histórica nesse tipo de avaliação fragiliza ainda mais o método.
- Alocação por unidade vendida – A cada unidade vendida, uma soma fixa é destinada para o marketing.
No caso de campanhas de incentivo e/ou de sistemas franqueados, o método tem sua dose de eficácia, no entanto, caso as vendas sejam baixas, o valor fica muito reduzido. Além disso, não serve para campanhas de caráter institucional.
- Percentual sobre as vendas – aplica-se uma percentagem sobre o faturamento passado ou previsto.
Costuma ser bastante utilizado, apesar de receber críticas em relação a pouca importância, supostamente, dedicada às margens praticadas. Críticas que discordo, pois o percentual é estimado baseado em estudos de sensibilidade econômica.
Gosto também desse método por permitir utilizar, de forma percentual, o da paridade competitiva, ou seja, é possível se basear no que a concorrência pratica e adaptá-la ao tamanho da corporação.
O que, além de servir como parâmetro para o mercado, permite detectar eventuais desvios.
Exemplificando, de forma geral, as empresas de bens de consumo costumam ter entre 6% e 12% das receitas como verba de marketing, enquanto as empresas B2B têm esse percentual situado entre 2% e 6%. No caso de lançamentos ou de entrada em novos mercados, o percentual pode até ultrapassar os 20% do faturamento.
Que fique claro, que o que chamamos de verba de marketing não se restringe à publicidade, como muitos confundem.
Exemplificando, de forma geral, as empresas de bens de consumo costumam ter entre 6% e 12% das receitas como verba de marketing, enquanto as empresas B2B têm esse percentual situado entre 2% e 6%. No caso de lançamentos ou de entrada em novos mercados, o percentual pode até ultrapassar os 20% do faturamento.
Que fique claro, que o que chamamos de verba de marketing não se restringe à publicidade, como muitos confundem.
Penso ainda que, clubes e confederações, em função do pouco tempo que passaram a ser geridos de forma mais profissional, devam aplicar o método de “percentual sobre as vendas”, porém para se chegar ao percentual ideal, devem fazer simulações com os demais critérios citados – excetuando o “alocação por unidade vendida” e utilizando como benchmarking do “paridade competitiva” as instituições internacionais de sucesso em termos percentuais.
No decorrer do tempo, os devidos ajustes serão feitos, mas o mais importante é que se solidifique no setor esportivo, a cultura do orçamento como instrumento de gestão.
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