É muito comum ouvir atletas e dirigentes reclamarem das dificuldades em se obter patrocínios, as duas principais queixas são a falta de incentivos governamentais e o pouco interesse dos empresários em investir no esporte.
Em relação aos incentivos governamentais, mesmo sendo um entusiasta do esporte, tenho algumas objeções por acreditar que a participação do estado deve estar voltada para educação, saúde e segurança. Entretanto, isso não é assunto para esse blog.
Quanto ao pouco interesse dos empresários, não há o que questionar, pois é fato. Acredito, porém, que esse interesse poderia ser bem maior, caso a imprensa fosse mais flexível na exibição, locução e divulgação dos nomes dos patrocinadores.
Mas será que todos os responsáveis pelas dificuldades em se obter patrocínio foram citados?
Lamento muito informar que não, pois jamais deve ser esquecido o papel dos patrocinados em relação ao cumprimento dos seus deveres.
Exemplos não faltam.
Talvez o que chame mais atenção, em função da maior popularidade, seja o de jogadores de futebol que ao comemorarem seus gols levantam a camisa, ocultando o nome do patrocinador, para exibirem mensagens pessoais ou até mesmo de outras marcas.
Por mais que se tente coibir tal prática punindo os jogadores, a mesma se mantém. Provavelmente a punição ainda é branda, mas é certo que falta comprometimento do atleta.
O clube Getafe, da Espanha, patrocinado pela Burger King inovou em relação a esse assunto, colocando as marcas do patrocinador tanto na frente quanto no lado avesso da camisa, assim, mesmo que o jogador a levante, a logo continuará exposta. Uma solução bastante criativa, mas precisa?
Apesar de ser mais comum, tal tipo de atitude não se resume ao futebol. No triathlon, por exemplo, alguns atletas ao vencerem a competição, deslocam de forma violenta a faixa de chegada, a qual traz exibidas as marcas dos patrocinadores do evento, com o intuito de que essas não apareçam nas fotos.
Evidentemente as chances de se obter um patrocínio individual aumentam proporcionalmente à medida que os bons resultados apareçam, entretanto a miopia ou qualquer outra anomalia de alguns atletas parece não deixar perceber que os resultados são obtidos em competições e que para essas acontecerem, existe a necessidade de um patrocínio coletivo, no caso, quem viabiliza o evento.
Também merecem menção alguns organizadores de eventos. Já pude constatar em locais onde ocorrem competições, geralmente corridas de rua, um descuido assustador em relação ao meio ambiente. São gramados destruídos, lixos não recolhidos, sem falar nos odores remanescentes pós-provas. Claro que a educação dos participantes corrobora para esse quadro, porém os organizadores são cientes disso, lhes cabendo a responsabilidade de prevenir, coibir e corrigir eventuais danos.
Afinal, um evento deve ser também uma ação de marketing, e como tal, focar tanto os participantes como a comunidade local. Parecem esquecer que o esporte é antes de tudo uma forma de inclusão social.
Portanto, tão vital quanto o investimento no esporte é a conscientização de atletas, dirigentes e organizadores no que tange ao respeito à empresa que lhe contratou.
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