terça-feira, 2 de novembro de 2010

Condutas inadequadas

Como qualquer ser humano, os atletas costumam ter algumas condutas inadequadas, entretanto essas acabam tendo um destaque maior em função da maior exposição e da responsabilidade implícita de servirem como exemplos.
Drogas, escândalos sexuais, agressões e descumprimento das obrigações contratuais ganham grande espaço na mídia, aliás, a mesma mídia que também é responsável pelo “quase endeusamento” de algumas dessas personalidades.

Tais atitudes têm preocupado o mundo esportivo, não só pelo temor de “mancharem” as modalidades e/ou instituições, mas também de afastarem o público e patrocinadores.
As possíveis medidas preventivas para minimizar a incidência dessas condutas ainda são tímidas, pois envolve um trabalho de gerenciamento de carreira desde as divisões de base até a aposentadoria, o que gera custos consideráveis, ainda mais se considerar que apenas uma pequena parcela sairá da base para uma carreira de sucesso.
Além do que, talvez o trabalho de aconselhamento ou coaching não seja suficientemente eficaz em pessoas que de uma hora para outra conquistam um padrão de riqueza incompatível com o que conviveu em sua criação.

Dessa forma, restam aos gestores esportivos salvaguardar seus investimentos com contratos que incluam cláusulas de moralidade, as quais contemplem a possibilidade de multas e rescisão da relação.
Na contramão dessa corrente, outros gestores e patrocinadores têm optado por ajudar os atletas “vítimas” desses atos, incentivando-os a procurar terapias e reabilitação, ou ainda, fornecendo recursos para os organismos responsáveis pelos desportos de iniciação.
Estabelecer qual das iniciativas citadas é a mais adequada nessas situações, é algo que ninguém dotado de responsabilidade e coerência deve fazer sem ter o devido conhecimento dos fatores envolvidos em cada caso.
Até porque, grande parte das condutas inadequadas é causada por desvios de princípios, cuja correção deveria, a meu ver, estar mais na alçada da educação do que na esfera esportiva.

Todavia, o que pode ser afirmado sem nenhum resquício de dúvida é que nenhuma instituição deve ter sua marca e imagem associada única e exclusivamente a qualquer tipo de ser humano, seja ele atleta, artista ou mero “mortal”, pois todos estão sujeitos a falhas.


4 comentários:

  1. Christiano Pedreira de Freitas5 de novembro de 2010 às 11:35

    Bem bacana a reportagem Idel,
    Um exemplo legal disso, foi quando morei no EUA em 2002.
    No colégio onde estudava caso um estudando fosse pego bebendo ou usando drogas, na 1º vez ele era suspenso por 20% da temporada de esporte na época (podendo apenas treinar) se fosse reincidente seria suspenso por 50% e na terceira vez seria expulso e não poderia mais praticar esportes.
    Ou seja a parte educacional era importante para dar exemplos e a regra era efetivamente aplicada, o que fazia com que os jovens pensassem 2 vezes antes de se meter em "encrencas"!
    ST Christiano Pedreira de Freitas

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  2. Fala Christiano
    Obrigado pelo comentário, não tinha conhecimento do fato que vc escreveu, sem dúvida é uma excelente iniciativa.
    Infelizmente aqui, muitos dos atletas nem chegam a cursar universidades.
    Abraço e ST

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