A busca por novos mercados tem feito com que os grandes conglomerados ultrapassem suas fronteiras e se tornem empresas multinacionais.
Processo semelhante vem ocorrendo com alguns clubes e modalidades esportivas (ligas e confederações).
As principais razões que levam a esse movimento são:
- Mercado interno saturado – É fato que dificilmente algum torcedor deixará de torcer pelo time que escolheu quando criança, porém, existe a possibilidade desse torcedor passar a nutrir simpatia e dedicar recursos para acompanhar e adquirir produtos de clubes de outros países.
- Globalização dos meios de comunicação – As diversas opções de mídia trazem ótimas oportunidades para geração de receitas com o mercado externo, essas costumam vir através dos direitos de transmissão, venda de produtos relacionados aos clubes/esportes, e até com a comercialização de pacotes turísticos.
Entre as iniciativas adotadas pelos clubes para internacionalização de suas marcas, valem ser destacadas:
- site em diversos idiomas, o Manchester United, além do inglês, apresenta versões do site em francês, chinês, japonês, coreano, árabe e espanhol.
- contratação de jogadores estrangeiros, o que atrai o interesse dos torcedores dos países desses jogadores, além de muitas vezes angariar patrocínios de empresas locais que tenham interesse no mercado do país do jogador, sendo a recíproca também verdadeira, como pode ser visto no artigo "Ação de Marketing" http://halfen-mktsport.blogspot.com/2010/01/acao-de-marketing.html, que tece considerações sobre a contratação do jogador Nakata pelo Roma e do Nakamura pelo Espanyol.
A contratação de jogadores estrangeiros também ocorre por interesses técnicos, de forma a melhorar o desempenho da equipe, e consequentemente, sua atratividade.
- e-commerce, o que propicia a possibilidade de venda de produtos para outras localidades.
- realização de amistosos e pré-temporadas em outros países.
- “escolinhas” para crianças pelo mundo afora, como faz o Milan, Arsenal, Chelsea, entre outros.
Quando se trata de modalidades esportivas, ligas e confederações, as iniciativas são mais abrangentes, ou seja, ao contrário dos clubes que consideram como concorrentes apenas os outros clubes, as ligas consideram como ofensoras quaisquer atividades de entretenimento.
O que por si só já denota uma postura mais avançada em termos de marketing, ao considerar que o mercado é constituído por concorrentes diretos e indiretos.
Os concorrentes diretos são os que pertencem à mesma categoria de produto, já os indiretos são aqueles em que o consumidor despenderá dinheiro, mesmo que a utilidade do bem ou serviço seja diferente em relação ao produto em questão.
Dentro dessa linha, a MLB (Major League Baseball), liga de beisebol dos EUA apoiou o Campeonato Brasileiro de Beisebol Universitário, de forma a atrair mais “clientes” para o esporte, os quais fatalmente passarão a consumir produtos relacionados ao beisebol em detrimento a eventuais despesas com cinemas, viagens, passeios, e quem sabe, seus atuais esportes prediletos.
Tal medida, no entanto, não pode ser considerada inédita, pois tanto a NBA (National Basketball Association) como a NFL (National Football League) adotam práticas similares em várias partes do mundo.
Infelizmente a maioria dos clubes brasileiros ainda não se deu conta do enorme potencial de seu mercado, o mesmo ocorre com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que parece desatenta ou ignorante acerca das inúmeras possibilidades de fazer com o futebol o mesmo que os EUA fazem com o basquete, futebol americano, hockey e beisebol.
Talvez o tão propagado "profissionalismo" esteja restrito apenas às remunerações envolvidas, deixando num plano inferior à necessidade de contar com bons gestores que consigam executar planejamentos estratégicos e administrar clubes e confederações como empresas, obviamente guardando as devidas paticularidades.
O Milan tem o site em português do Brasil
ResponderExcluirCaro Victor, obrigado pelo comentário!
ResponderExcluirIdel, Li seus comentários e achei muito interessante. Sinto que a emoçao em exagero, ainda faz parte da administraçao de algumas entidades esportivas. Tem sido difícil utilizar o mktg esportivo, sem mexer na tradiçao,impedindo as mudanças.
ResponderExcluirIsso ainda é uma barreira no futebol?
Agradeço a oportunidade de comentar.
Abraços,
Eduardo Canarim
elcanarim@gmail.com
Eduardo
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
Não acho que a emoção seja o grande obstáculo para uma política séria de marketing no futebol, creio que a falta de preparo dos decisores dos clubes seja o grande vilão.
Infelizmente, a grande maioria dos dirigentes acha que entende de marketing, e assim tomam decisões que nem o profissional da área mais junior seria capaz de mencionar.
Abraço
Idel
Idel,
ResponderExcluirExcelente artigo. Sua nomeação como VP de Marketing foi uma bola dentríssimo do Novo Fluminense.
Resta-nos agora aguardar por ações contundentes nesta área da parte da diretoria. O site do Flu precisa ser urgentemente reformulado.
Esperemos também iniciativas que capitalizar sobre o título brasileiro que conquistamos, com a confecção de novos uniformes com o Scudetto da CBF.
Boa sorte em sua nova função,
Antonio Bueno
Antonio
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e pela oportunidade de responder seu questionamento.
O site será reformulado em breve, pois devemos fechar até o final do mês a contratação de uma empresa de comunicação, que, entre outras funções,será responsável por esse canal.
O scudetto estará no próximo uniforme, nesse ficou inviável em função de tempo tempo e aspectos ligados à distribuição e produção.
Abs