terça-feira, 3 de maio de 2011

Não basta ser técnico, é preciso ser líder

Usualmente surgem discussões a respeito da importância do técnico no desempenho de uma equipe ou atleta.
Particularmente, acredito que os técnicos possam ter forte influência nos resultados obtidos, entretanto, vale ressaltar que existe uma enorme diferença entre ser um bom técnico e ser um líder. 
Um bom técnico geralmente executa bons trabalhos, porém não consegue ficar muito tempo num clube, já um líder, além de obter bons resultados, costuma se manter nas instituições por longos períodos.
Dessa forma, é possível traçar um paralelo, guardadas as devidas proporções, entre técnicos e executivos que lideram equipes, daí a razão desse artigo.

Penso que para exercer a liderança, alguns atributos são essenciais, dentre os quais destaco:

Conhecer sua equipe – A habilidade de um líder reside em exigir de quem pode. Para isso é necessário conhecer bem seu time e extrair de cada componente o máximo do seu potencial.
Não adianta, por exemplo, querer que um goleiro de futebol seja um exímio cabeceador, isso só fará com que ele deixe de desenvolver os atributos necessários para a sua função, e mesmo que consiga ser um bom cabeceador, terá poucas oportunidades para exercer essa função sem eventuais prejuízos.

Ouvir sua equipe - Essa característica também faz grande diferença na formação de líderes.
Uma mesma situação pode ser analisada por diversos prismas, daí a importância de se ouvir aqueles que estão em outras posições, além do que, o fato de ouvir não significa ter a obrigatoriedade de acatar, mas, simplesmente, ter mais subsídios para uma decisão.

Coragem – Não ter receio de ousar e de fazer o que considera certo, mesmo que isso possa de alguma forma colocar em risco sua estabilidade.
Outro erro comum é o de não preparar sucessores por temerem perder para esses sua posição.
Infelizmente, tem sido comum ver líderes que preferem adotar medidas tímidas e covardes, mas que lhe garantam a manutenção do emprego.

Honestidade – Para se conquistar a confiança de uma equipe é necessário ser franco, pois todos precisam saber os objetivos e o que se espera de cada um, nessa linha, as avaliações devem ser constantes e discutidas regularmente com cada membro.
Muitas vezes tal tipo de postura é confundida com exigência excessiva, que seja, é preferível ter uma equipe ciente a uma equipe desconfiada.

Humildade – Por mais alta que seja a posição do líder, ele sempre deverá estar em busca de aprendizado e atualização.

Dedicação – Muitos acham que a função de liderar não exige o mesmo grau de esforço que é empenhado pelos liderados, ledo engano, o fato da parte mais “braçal” do trabalho diminuir não significa que a carga de dedicação diminua.

Caráter – De todas as características citadas, essa, talvez, seja a única que não possa ser adquirida, ela é nata.
Assumir e responsabilizar-se pelos erros, além de não denegrir as instituições que trabalha ou trabalhou são requisitos fundamentais para um líder.

Após essa pequena análise, cabe citar como exemplo, um técnico que possui os atributos citados acima, que conseguiu conquistar uma infinidade de amigos no esporte e que tem em seu currículo inúmeras vitórias internacionais - tanto por clubes como pela seleção -  e nacionais, a mais recente obtida no último final de semana, a sétima conquista da Superliga Nacional de Voleibol, e o mais curioso, dirigindo a mesma equipe.
Parabéns, Bernardinho!

PS: Na foto com o Bernardinho, um outro bom exemplo de treinador e líder: Bené, que foi técnico do Fluminense por mais de 30 anos, onde teve entre seus comandados o próprio Bernardinho.


3 comentários:

  1. Você acha que o Brasil é carente de lideres?

    ResponderExcluir
  2. Caro Sr. Fonk

    Não publicarei seus comentários, pois o mesmo não trata de um assunto pertinente ao artigo escrito.
    Agradeço de qualquer forma suas sugestões.
    Att.

    ResponderExcluir