terça-feira, 21 de junho de 2011

Exportar é o que importa?

A necessidade de informações no segmento esportivo é um dos assuntos mais interessantes de ser abordado, isso por considerar inadmissível trabalhar marketing sem a existência de processos analíticos, os quais apenas serão possíveis através de coletas fidedignas de dados.

Nesse contexto, vale mostrar alguns dados contidos na primeira edição do Global Player Migration Report, que analisou as transferências internacionais de jogadores de futebol na temporada 2010-2011 num universo de 69 países, sendo que em alguns deles foram contempladas também a 2ª divisão de forma que 101 divisões completassem a amostra.

Dentre os dados mais interessantes, valem ser citados:

• O Chipre foi o país que mais importou, foram 219 jogadores, o que dá uma média de 7,8 por equipe.

• Entre os 10 primeiros países importadores, 9 são da Europa.


• A 1ª divisão do campeonato brasileiro é a liga que contrata jogadores com a maior média de idade (29,04), por outro lado, a 2ª divisão da Itália é a que importa jogadores com a média de idade mais baixa (22,79).
• No quesito repatriamento, o Brasil também aparece na liderança, 135 brasileiros que jogavam no exterior voltaram ao país. Em segundo aparece a Argentina.
• Essa característica pode ser explicada pelo fato de Brasil e Argentina serem os maiores exportadores de jogadores, 280 e 215, respectivamente.
• As maiores vias de migração são: Brasil para Portugal – 95, Inglaterra para a Escócia -67 e Argentina para o Chile – 56.


Diante desses dados é fácil notar a força do futebol brasileiro em termos de material humano, dos 69 países contemplados no estudo, o Brasil exportou jogadores para 58, enquanto que Argentina exportou para 44, Sérvia para 40, Croácia para 36 e Nigéria para 35.
Como foi visto anteriormente, o mercado que mais importa jogadores brasileiros é Portugal (95), seguido por Coréia do Sul (15), Japão (14), Irã (12), Romênia (11) e Ucrânia (10).

Curiosamente, dentre esses 6 principais países importadores de brasileiros, apenas Portugal está rankeado entre os 10 do ranking da FIFA.
Isso não quer dizer que os países melhores posicionados no ranking não demandem jogadores brasileiros, o que parece ocorrer é que esses países focam seus investimentos na contratação dos melhores, e obviamente, a quantidade de craques é menor do que a quantidade de bons e medianos   jogadores (segmento onde a quantidade de jogadores brasileiros é mais expressiva), os quais se tornam boas soluções para países com menor capacidade de investimento.

Além dessas conclusões, muitas outras podem ser inferidas e com elas se traçar planos e estratégias que venham a trazer benefícios para os clubes e para as confederações.
Esses benefícios podem vir nas mais variadas formas, desde maiores receitas com venda de jogadores, até projetos de internacionalização da marca, os quais geram receitas através da comercialização de produtos em outros países.  O estreitamento no relacionamento com outras nações, ainda propicia possibilidades de se captar novos patrocínios e/ou ainda atender interesses estratégicos dos atuais patrocinadores.


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