terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ranking

Vivemos numa sociedade onde “comparar” rege quase todas as atividades.
Um resultado só pode ser considerado bom ou ruim se houver um parâmetro para tal, porém devemos ter em mente que a definição de parâmetros é muito difícil e, certamente, jamais será perfeita.
Exemplificando: Como definir qual o melhor vendedor de uma empresa? ´
Seria o que vende mais ou  o que teve um aumento percentual maior em relação ao período anterior?
O primeiro pode ter obtido esse resultado em função de atuar numa região de maior potencial, enquanto o segundo pode ter tido um período anterior tão ruim que qualquer melhora representa muito em termos percentuais.

Tal reflexão pode ser estendida a vários indicadores no mundo corporativo e, naturalmente, no ambiente esportivo.
Seguindo nessa linha, vamos utilizar o recém-divulgado ranking do futebol brasileiro como exemplo e proceder algumas observações.
Ressaltamos, no entanto, que não cabe aqui nenhuma crítica no sentido de que o mesmo prejudique ou beneficie algum clube de forma proposital, porém, não há como negar que os critérios utilizados não traduzem a  real dimensão do momento dos clubes.
Entre os pontos mais carentes de revisão, valem ser citados:

  • Um time que participa da Liberadores e, consequentemente, não participa da Copa do Brasil tem menos chances de conseguir boas pontuações, vide o que ocorreu com o Corinthians em 2011, pois mesmo sendo campeão da principal competição do Brasil obteve menos pontos (60) do que o Coritiba (73), que foi 8º no Brasileiro e vice-campeão da Copa do Brasil.
  • A diferença de pontos obtida entre o campeão e o vice-campeão brasileiro é de apenas um ponto, enquanto que entre o campeão e o vice-campeão da Copa do Brasil é de dez pontos.
  • O título da Copa do Brasil vale menos do que o Campeonato Brasileiro da série B.
  • As pontuações dos títulos brasileiros de 1959 a 1970 consideraram apenas os clubes campeões e vices, não computando nada às demais equipes que ocuparam a 3ª, 4ª e assim por diante.
  • O ranking acumula pontos historicamente, ou seja, clubes que tiveram bons resultados no passado e mesmo tendo campanhas ruins nos anos recentes, encontram-se bem colocados. Seria como o ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) ter Bjorn Borg, Jimmy Connors e Peter Sampras à frente do Rafael Nadal, visto que esse tem menos torneios em sua carreira do que os demais citados.
Se o ranking tivesse  um papel meramente ilustrativo já seria ruim, pois distorce demais a realidade dos fatos, porém, a situação é muito mais grave devido ao fato do mesmo ser utilizado como parâmetro de classificação para algumas competições.
Seria muito importante que os órgãos que regem os esportes desenvolvessem e testassem modelos que minimizassem a incidência de erros na construção dos rankings.
No caso do ranking da CBF, creio que a melhor solução seja a aposentadoria do atual e a elaboração  de um novo que privilegie os momentos atuais das equipes, além disso, é fundamental que as competições tenham a pontuação ponderada pelo grau de dificuldade e importância.


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