Um resultado só pode ser considerado bom ou ruim se houver um parâmetro para tal, porém devemos ter em mente que a definição de parâmetros é muito difícil e, certamente, jamais será perfeita.
Exemplificando: Como definir qual o melhor vendedor de uma empresa? ´
Seria o que vende mais ou o que teve um aumento percentual maior em relação ao período anterior?
O primeiro pode ter obtido esse resultado em função de atuar numa região de maior potencial, enquanto o segundo pode ter tido um período anterior tão ruim que qualquer melhora representa muito em termos percentuais.
Tal reflexão pode ser estendida a vários indicadores no mundo corporativo e, naturalmente, no ambiente esportivo.
Seguindo nessa linha, vamos utilizar o recém-divulgado ranking do futebol brasileiro como exemplo e proceder algumas observações.
Ressaltamos, no entanto, que não cabe aqui nenhuma crítica no sentido de que o mesmo prejudique ou beneficie algum clube de forma proposital, porém, não há como negar que os critérios utilizados não traduzem a real dimensão do momento dos clubes.
Entre os pontos mais carentes de revisão, valem ser citados:
- Um time que participa da Liberadores e, consequentemente, não participa da Copa do Brasil tem menos chances de conseguir boas pontuações, vide o que ocorreu com o Corinthians em 2011, pois mesmo sendo campeão da principal competição do Brasil obteve menos pontos (60) do que o Coritiba (73), que foi 8º no Brasileiro e vice-campeão da Copa do Brasil.
- A diferença de pontos obtida entre o campeão e o vice-campeão brasileiro é de apenas um ponto, enquanto que entre o campeão e o vice-campeão da Copa do Brasil é de dez pontos.
- O título da Copa do Brasil vale menos do que o Campeonato Brasileiro da série B.
- As pontuações dos títulos brasileiros de 1959 a 1970 consideraram apenas os clubes campeões e vices, não computando nada às demais equipes que ocuparam a 3ª, 4ª e assim por diante.
- O ranking acumula pontos historicamente, ou seja, clubes que tiveram bons resultados no passado e mesmo tendo campanhas ruins nos anos recentes, encontram-se bem colocados. Seria como o ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) ter Bjorn Borg, Jimmy Connors e Peter Sampras à frente do Rafael Nadal, visto que esse tem menos torneios em sua carreira do que os demais citados.
Se o ranking tivesse um papel meramente ilustrativo já seria ruim, pois distorce demais a realidade dos fatos, porém, a situação é muito mais grave devido ao fato do mesmo ser utilizado como parâmetro de classificação para algumas competições.
Seria muito importante que os órgãos que regem os esportes desenvolvessem e testassem modelos que minimizassem a incidência de erros na construção dos rankings.
No caso do ranking da CBF, creio que a melhor solução seja a aposentadoria do atual e a elaboração de um novo que privilegie os momentos atuais das equipes, além disso, é fundamental que as competições tenham a pontuação ponderada pelo grau de dificuldade e importância.
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