Jeremy Lin tem sido um dos temas mais presentes na mídia norte-americana.
Para quem nunca ouviu falar, trata-se do armador do New York Kincks, uma das franquias mais poderosas da NBA.
Mas o que teria Lin de tão extraordinário para merecer toda essa atenção?
Seu desempenho nas quadras tem sido muito bom, porém outros jogadores também estão em ótima fase mas não conseguem cooptar a mesma atenção.
Na verdade, uma combinação de fatores contribui para esse quadro:
- Lin é de origem taiwanesa, país sem tradição no esporte;
- estudou em Harvard, uma das melhores instituições de ensino do mundo, de onde saíram sete presidentes dos EUA, Bill Gates e outras personalidades de sucesso, mas que não costuma revelar atletas renomados;
- não recebia bolsa de estudos para jogar pela universidade, o que é bastante raro com jogadores que ingressam na NBA;
Tais ingredientes trabalhados com viés mercadológico já seriam suficientes para a formatação de um produto bastante rentável, mesmo que fosse apenas direcionado ao mercado asiático e aos imigrantes residentes nos EUA.
Porém, diante das proporções adquiridas, o produto Lin virou um fenômeno popular, chegando ao ponto dessa “febre” ter gerado o neologismo “Linsanity”, uma brincadeira com seu sobrenome.
Todo esse apelo tem proporcionado excelentes resultados.
A Nike renovou seu contrato por cifras bem maiores e lançará um tênis com sua assinatura.
A adidas, patrocinadora da NBA, colocará no mercado chinês camisas com a imagem de Lin.
A audiência dos jogos do Knicks aumentou 70% e a do site em 3.000%.
As ações do Madison Square Garden, arena onde os Knicks mandam seus jogos, também tiveram valorização.
Entretanto, nem todos reconhecem Lin como um bom jogador.
Alguns alegam que é apenas uma fase, outros justificam que o fato de ser pouco conhecido pelos adversários não lhe rende marcações mais fortes, e por fim, argumentam que antes do Knicks, ele jogou e foi dispensado por outras duas equipes, Golden State Warriors e Houston Rockets.
Não é objetivo desse artigo avaliar tecnicamente o jogador, porém essa discussão sobre sua real capacidade nos direciona para um ponto que pode e deve ser aplicado na vida corporativa, nos esportes e na vida pessoal:
A forma de encarar os sucessos e insucessos que sempre farão parte de qualquer trajetória, visto que é impossível ter controle sobre todas as variáveis que influenciam uma carreira.
Bons e maus momentos são passageiros, nos primeiros a humildade deve sempre estar presente, não só por uma questão de educação e respeito, mas também para ser digno de receber ajuda nas eventuais horas ruins.
Já nos períodos ruins, o fundamental é não desistir, se esforçar sempre e acreditar que todo trabalho será recompensado.
O esporte é pródigo em exemplos sobre o tema, além de Jeremy Lin, vale citar o caso do jogador Cafu, que foi reprovado em inúmeros testes para ingressar em clubes de futebol, mas nunca desistiu e veio a se tornar campeão mundial.
Certamente o esporte ainda não chegou num nível em que as técnicas de gestão possam ser consideradas benchmarkings para as empresas, porém histórias de certos atletas deveriam servir como exemplos para todos os gestores.
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