Desde antes da proibição de bebidas alcoólicas nos estádios brasileiros já existia a discussão sobre o tema, porém agora essa se faz mais presente em função da proximidade da Copa do Mundo, a qual inclusive tem no quadro de patrocinadores um fabricante de cerveja.
Questiono bastante as alegações de que o consumo de bebida nas arenas é responsável pelo aumento da violência entre torcedores. Até porque, a proibição não evita que se beba antes do jogo e sim que se beba no jogo.
Não creio que a violência tenha diminuído consideravelmente em função dessa medida restritiva, vide as mortes que continuam acontecendo nos confrontos entre torcedores.
A NBA, por exemplo, assinou um contrato de patrocínio com uma empresa de bebidas, a Bacardi, que desenvolve toda comunicação associada ao consumo responsável e apoia um programa de bolsas de estudos para a Marshall Thurgood College Fund e para a Hispanic Scholarship Fund.
Outro ponto interessante no contrato é a proibição do uso de imagens da NBA para promoções e publicidade dos produtos alcoólicos da Bacardi.
Nessa linha, grande parte das ativações do patrocínio é realizada em restaurantes e bares, onde o consumo de bebidas não interfere na imagem do esporte.
Já a Bud Light tornou-se a cerveja oficial da NFL (National Football League) ao assinar um contrato de seis anos por US$ 1,2 bilhões.
Anteriormente a InBev, proprietária da marca já tinha acordo com as equipes e mantém presença como anunciante há mais de 20 anos nos intervalos do Super Bowl.
No Baseball, a MLB (Major League Baseball) tem contrato com o rum Captain Morgan, porém as ativações acontecem sem nenhuma menção ao produto, se dando basicamente na utilização da figura do “Captain” em aplicativos, games e ações de entretenimento nas partidas. Algo bem subliminar.
Ressalte-se que os registros de violência nas arenas americanas tende a zero.
Apesar das argumentações acima, convém deixar claro que não pretendo aqui fazer nenhuma espécie de defesa da liberação de bebida, quero apenas trazer a discussão e explorá-la sob o ponto de vista mercadológico.
Particularmente acho que o esporte em si não deveria ter associação com bebidas alcoólicas, cigarro ou mesmo apostas, contudo, algumas modalidades se desenvolveram de tal forma que hoje estão muito mais relacionadas ao entretenimento do que ao esporte.
Basta ver que grande parte dos fãs de alguns esportes nem o pratica.
Nesse caso não vejo problema na associação.
Corrobora com essa afirmação a quantidade de fabricantes de bebidas alcoólicas que compra cotas de publicidade nas transmissões dos eventos e merchandising nas arenas.
Ora, qual a coerência de se permitir expor uma marca, mas não permitir consumi-la nesses mesmos locais?
No Brasil, quantos anúncios de cerveja reproduzem um ambiente de bar com os torcedores bebendo enquanto assitem futebol? Quantos torcedores assitem efetivamente futebol em bares bebendo cerveja? Qual o índice de homicídios nesses bares? A violência nos estádios vai existir enquanto existirem as torcidas organizadas e enquanto elas forem sustentadas e/ou acobertadas pelos interesses de dirigentes de clubes, políticos, dirigentes-políticos, independentemente da venda de bebida nas arenas esportivas.
ResponderExcluirMeu clube tá com boa imagem, não é a toa!
ResponderExcluirIdel, você está corretíssimo!
E a questão da imagem nos estádios talvez seja pior do que a liberação da bebida. É a marca entrando na mente das pessoas de forma passiva e inofensiva, sem estar associada as brigas em dias de jogos. Ninguém pode dizer que, semana passada, os marginais da mancha e da gaviões estavam sob o efeito de álcool, já que não se vende bebidas alcoolicas nos estádios.
Do jeito que está essa lei é uma brincadeira. Quer levar a sério? Faz bafometro na entrada dos estádios. Já imaginou? kkkk
Grande Antonio
ExcluirExcelente seu comentário.
Obrigado por suas palavras.
Forte abraço!