terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Brincando com fogo


Não resta a menor dúvida de que as transmissões televisivas são importantes para o esporte, há que se ter em mente também que quanto melhor o conteúdo das competições, maior será a audiência das emissoras que, consequentemente, poderão cobrar preços mais altos por seus espaços publicitários.
Dentro desse raciocínio, é bastante razoável supor que as emissoras têm total interesse em ver campeonatos bem competitivos e com a presença dos melhores jogadores.
No entanto, não é o que parece ocorrer...
Nem vou aqui entrar no mérito das cotas que se pagam aos clubes de futebol, visto que os critérios que servem como parâmetros dessa distribuição precisariam de sérios ajustes, se é que isso é possível, tamanha a quantidade de variáveis que precisariam ser expurgadas para um cálculo justo de audiência.
Na verdade, nem acho que a audiência seja o principal fator para a divisão dos direitos de transmissão, porém prefiro não me estender no assunto.
Reparem as transmissões do voleibol, por exemplo.

A empresa que investe no naming rights da equipe nunca tem seu nome dito pelos comunicadores da TV, ou seja, para se beneficiar da propriedade adquirida precisaria encontrar formas de ativá-la e/ou aproveitar a “mídia espontânea”.
Anteriormente essa última tarefa era até mais fácil, visto que o patrocinador tinha direito a um número maior de placas na arena.
Atualmente, além da diminuição da quantidade de placas, a emissora com o intuito de adequar o tempo das partidas a sua grade, o que é perfeitamente justo, conseguiu com que os sets tivessem uma pontuação menor, ou seja, menos tempo de aparição das marcas patrocinadoras.
Obviamente parece ser um ótimo negócio para a TV, pois recebe um bom conteúdo e o utiliza conforme seus interesses comerciais.
Mas o que será que aconteceria se as empresas resolvessem não mais investir no esporte e os atletas fossem jogar em outros países ou ainda abandonassem as respectivas modalidades?
Pelo ponto de vista social isso seria péssimo, pois é comprovado que um bom desempenho esportivo estimula as crianças a praticarem esporte, o que, por sua vez, auxilia na formação do cidadão.
Deixando de lado esse aspecto, temos uma situação em que o conteúdo fica altamente prejudicado, a menos que pensem que a atratividade do conteúdo se dá meramente em função da competição em si, não importando a destreza dos seus praticantes.
Lamento informar, que se trata de um erro crasso, ainda mais com a crescente quantidade opções de entretenimento tanto na TV quanto em outras fontes.
Corrobora para essa reflexão a expressiva quantidade de equipes que não se mantém no esporte.
Em resumo, é fundamental para o desenvolvimento do esporte que as emissoras trabalhem essa atividade sob todos os prismas, desde o social até o comercial, isso a curto, médio e longo prazo.


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