Trabalhar com marketing requer uma atenção constante aos aspectos ligados ao comportamento do consumidor, o qual, além de estar em constante mutação, vem sendo estudado cientificamente por diversas outras disciplinas, tais como psicologia, antropologia e neurociência.
Creio que a detecção de algumas alterações de consumo possam ser realizadas pela própria equipe de marketing, desde que a mesma tenha o devido embasamento estatístico e econométrico, o que, aliás, deveria ser pré-requisito para sua formação. Entretanto, seria pretensioso ser definitivo nas explicações sobre alguns comportamentos, sem o auxílio das disciplinas citadas no primeiro parágrafo.
Creio que a detecção de algumas alterações de consumo possam ser realizadas pela própria equipe de marketing, desde que a mesma tenha o devido embasamento estatístico e econométrico, o que, aliás, deveria ser pré-requisito para sua formação. Entretanto, seria pretensioso ser definitivo nas explicações sobre alguns comportamentos, sem o auxílio das disciplinas citadas no primeiro parágrafo.
Dentro desse contexto, vale citar os estudos de um professor de psicologia da Universidade de Kentucky, chamado Richard H. Smith, que se dedica a estudar aspectos ligados à comparação social e à inveja.
Seu livro “The joy of pain: Schadenfreude and the dark side of human nature” – O prazer da dor: Shadenfreude e o lado negro da natureza humana”, aborda que o exercício de nos compararmos é uma forma de permitir avaliar nossos talentos e mensurar nossa posição na sociedade, o que não parece ser novidade, porém a reação de alguns ao tentar rebaixar aos seus níveis aqueles que são mais apreciados ou bem sucedidos do que outros, explica bem certas posturas...
NOTA: Shadenfreude é um termo alemão cuja significado se aproxima de “satisfação com o infortúnio alheio”.
Outro fato interessante sobre o shadenfreude é que essa emoção se caracteriza por ser passiva, ou seja, há uma alegria pela derrota alheia, mas sem interferência dos que nutrem tal sentimento pelo resultado em si.
Já quando as pessoas servem de ferramentas para tentarem derrubar algo, aí o termo não se aplica, sendo mais apropriada a palavra vingança.
No livro, o Prof. Smith faz alusão a essa diferença utilizando como um dos exemplos, o nazismo na Alemanha, no qual o antissemitismo poderia ser considerado como um shadenfreude, ou seja uma tática para rebaixar o objeto de comparação. No entanto, o holocausto fugiria totalmente dessa definição, pois nesse não se encontraria a passividade.
Diante dessa tese, principalmente no que tange à alusão entre a passividade e a “participação”, fiz uma rápida pesquisa entre algumas situações que se deram na esfera esportiva, tais como o processo contra o jogador de basquete Kobe Bryant, os casos de adultérios do golfista Tiger Woods e até o flagrante do nadador Michael Phelps fumando um cigarro pouco convencional.
Em todas essas, vale destacar a postura da imprensa, onde pouco a vi tentando influenciar a opinião pública ou querendo condenar os envolvidos a um linchamento moral por parte da população, mesmo diante das inevitáveis piadas sobre os temas.
O aprofundamento da pesquisa me fez vir à cabeça, a reação de parte da imprensa esportiva brasileira que, ao se aproveitar de mentiras e “factoides”, usa seu espaço na mídia para jogar a opinião pública contra a instituição que, inconscientemente a mais incomoda por seu sucesso e pela admiração por parte daqueles que encaram o esporte como uma atividade de socialização, e não de ódio como se esforçam para transformar.
Triste comparação...
O último parágrafo é brilhante! Num país de ignorantes, a mídia tem um papel muito maior do que lhe cabe. Ela instrui e direciona a opinião da forma que lhe convém e contra quem lhe incomoda.
ResponderExcluirValeu, Thiago!
ExcluirPois é...e o pior é que parte dessa mídia reclamava, com razão, quando eram cerceados, mas agora cerceam a verdade dos fatos.
Abs