terça-feira, 4 de novembro de 2014

Crowdfunding


O pomposo termo em inglês que dá título a esse artigo poderia ser traduzido como algo na linha de "financiamento coletivo", se quisermos "tropicalizá-lo" ainda mais, poderemos chegar, guardadas as devidas peculiaridades, na famosa “vaquinha”.
Essa ferramenta em termos de plataforma para o processo de financiamento surgiu em 2007 e se popularizou bastante em 2008, quando o presidente Barack Obama utilizou um aplicativo chamado Mobilize para angariar recursos em prol de sua campanha à presidência.
No entanto, os pesquisadores apontam que a primeira iniciativa de financiamento coletivo se deu em 1997, ainda que desestruturada, através dos fãs da banda inglesa Marillion que captaram cerca de US$ 60 mil para o grupo musical fazer uma turnê nos EUA.

Como não podia deixar de ser, a iniciativa acabou chegando no meio esportivo, principalmente no futebol.

Alguns clubes dessa modalidade utilizam a plataforma como meio de conseguir recursos para contratar jogadores e/ou pagar dívidas.

Outros, como o Fluminense, usam para produzir livros e homenagear ídolos.


Conceitualmente, penso que o financiamento coletivo não deveria ser usado para fins relacionados às obrigações do clube, tais como o saneamento financeiro e as contratações de jogadores, afinal de contas, o direcionamento da gestão financeira e esportiva, entre outras, deve ser isento de influência externa.
Além do que, existem outras formas de se contribuir para o clube, tais como se associar, comprar produtos oficiais e ir ao estádio, ações que, inclusive, propiciam uma maior regularidade no que tange ao fluxo de caixa.
Quanto às homenagens aos ídolos, não tenho uma opinião muito formada a respeito, pois por um lado acho que caberia ao clube essa responsabilidade, porém por outro, penso tratar-se de uma oportunidade para os torcedores retribuírem de alguma forma as alegrias recebidas através desses jogadores.
Entretanto, creio que as homenagens póstumas deveriam vir associadas a causas relacionadas a esses ídolos.
O Fluminense, por exemplo, perdeu uma excelente oportunidade de agregar ao crowdfunding do casal 20 – Washington e Assis – alguma campanha de conscientização sobre as doenças que causaram a morte prematura dos dois craques.
Já em relação a livros e toda ordem de “produtos” culturais sou totalmente favorável, vide o livro lançado pelo Fluminense para comemorar os 110 anos de sua fundação - Guerreiros desde 1902 - o qual julgo ser o case mais significativo no esporte brasileiro, pois além de solidificar uma data importantíssima na história do clube, proporcionou inúmeras recompensas aos que aderiram ao projeto.


Outra ressalva que faço a esse tipo de iniciativa diz respeito ao risco da banalização da ferramenta, caso seja usada sem a devida parcimonia, pois é mandatório que o torcedor que participe desses financiamentos jamais veja a ação como uma coisa rotineira, aliás, muito pelo contrário, é necessário que ele a encare como algo extraordinário e que acredite que sua participação é de tal forma fundamental, que ficará registrada como algo único na história de seu clube.

Para não ficarmos apenas com o futebol, vale finalizar o tema citando o case da InfoMotion, uma startup americana que para por no mercado uma bola de basquete desenvolvida com sensores e aplicativos capazes de medir a força dos arremessos - https://www.youtube.com/watch?v=TU7fM6pUohc#t=118 - usou o financiamento coletivo não apenas como forma de arrecadar recursos, mas também para medir o grau de atratividade do produto.




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