A relação entre patrocinador e patrocinado costuma ser fonte de inspiração recorrente para os artigos desse blog, muitos dos quais evocam a falta de maturidade de alguma - ou ambas - das partes para mostrar o quanto esse mercado ainda pode e precisa evoluir.
Por mais que tenhamos esperanças e torçamos para que o esporte se desenvolva em nosso país, e para que isso ocorra o patrocínio privado é um agente de fundamental importância, vemos com imensa tristeza que o caminho a ser percorrido é muito extenso e árduo.
Esse quadro ficou ainda mais evidenciado no último fla x Flu, mais precisamente nas redes sociais, onde um "curso" de pré-vestibular online, que até então patrocinava as duas equipes, resolveu publicar posts passionais em favor de uma das equipes.
Tal atitude, além de provocar a revolta dos torcedores que tiveram seu time preterido, denotou uma enorme falta de inteligência por parte de quem fez ou autorizou fazer os posts.
Se o curso tinha preferência por algum dos patrocinados deveria ter canalizado seu investimento para um só clube e não para os dois, a menos que acredite na falácia de que o benefício do patrocínio se resuma a uma mera exposição da marca.
Tão triste quanto o malefício que fizeram ao esporte ao disseminar mensagens que insuflam os piores sentimentos dos torcedores, é saber que a citada empresa atua no ramo de educação. Que exemplo!
Como escrevi acima, a verba dos patrocinadores é importantíssima para os clubes, porém, independentemente dessa necessidade, não compensa ter uma marca dessa estirpe exposta junto aos símbolos do clube, ou melhor, daqueles clubes que entendam que imagem e marca são ativos valiosíssimos.
Uma eventual justificativa de que são neófitos no esporte não convence, pois bastaria buscarem experiências passadas de empresas que patrocinavam rivais para aprender como se comportar. Caixa e Guaraviton no Brasil, por exemplo, sempre se mostraram respeitosos às instituições e suas torcidas, o mesmo aconteceu com a Portugal Telecom que chegou a patrocinar os três maiores times de Portugal. E olhem que nenhuma dessas estava ligada ao setor de educação, que considero o mais importante, pois através dele que os cidadãos são formados.
Um episódio como esse é bastante desolador, pois nos mostra o quão atrasados estamos no tocante ao marketing e, pior, que o setor da educação, estratégico para o desenvolvimento do país, tem como um de seus agentes uma empresa que parece não valorizar a paz, a harmonia e o respeito às instituições.
Complicado!
Verdade.Ou faltou ética ou faltou inteligência. E o canal de comunicação de qualquer empresa é sempre o direto, o mesmo se passando com governantes. Esse mundo virtual, prático, imediato, muitas vezes necessário, tem de ser pensado antes de usado. Refletir é fundamental, caso contrário nos transformaremos todos em um Trump que acorda é elogia seu diretor do CIA e no dia seguinte, ou porque dormiu mal ou amou mal, ou não fez nenhuma nem outra, antes mesmo de ir ao banheiro, já desancou com o mesmo diretor que na véspera elogiara. O mundo digital exige reflexão e seus usuários, pela pressa inerente ao clicar, esquecem que pensar é fundamental. Perfeita colocação meu caro Idel.
ResponderExcluirMil desculpas por só responder hoje. Algo aconteceu que não recebi várias notificações sobre os comentários que chegavam.
ResponderExcluirObrigado por enriquecer o texto.
Abs