Os que acompanham as
modalidades olímpicas já devem ter notado que os chamados clubes de camisa –
clubes notoriamente reconhecidos pela atuação no futebol – estão voltando a ter
equipes participando das principais competições nacionais.
Como já foi escrito
no artigo Esportes Olímpicos como extensão de marca - http://halfen-mktsport.blogspot.com/2013/10/esportes-olimpicos-como-extensao-da.html, tal tipo de iniciativa seria em teoria uma excelente
oportunidade para atrair torcedores, pois os clubes se aproveitariam do
conceito de extensão da marca para angariar novos simpatizantes.
A prática, no
entanto, não tem correspondido às expectativas citadas no artigo, o que pode ter como causas: (i) as dificuldades de os clubes explorarem todo o
potencial das modalidades; (ii) a forte influência do futebol e de seus torcedores apaixonados que
acabam não dando espaço para um novo público; (iii) a própria carência de aculturamento da
população em relação aos esportes olímpicos; (iv) a pequena divulgação das modalidades; (v) um
misto destas opções.
Além disso, é preciso
considerar que o futebol é o principal gerador de receitas da instituição, sendo
natural que ele venha a demandar maiores investimentos, o que acarreta em menos
verbas para as equipes de esportes olímpicos e, consequentemente, desempenhos,
na maioria das vezes, mais modestos – fato que gera insatisfação e desinteresse nos potenciais fãs.
Por outro lado, não
podemos esquecer que estes clubes têm forte parcela de participação na formação
de atletas.
Todos estes pontos
nos levam ao seguinte questionamento: qual deve ser a efetiva participação dos
clubes de futebol nos esportes olímpicos coletivos?
De forma proposital todo o racional aqui desenvolvido não abrange os esportes individuais por entendermos que não há grande necessidade de investimentos vultosos para a formação de uma equipe, mesmo porque não existe geralmente nenhuma obrigatoriedade no que tange à quantidade mínima de atletas.
De forma proposital todo o racional aqui desenvolvido não abrange os esportes individuais por entendermos que não há grande necessidade de investimentos vultosos para a formação de uma equipe, mesmo porque não existe geralmente nenhuma obrigatoriedade no que tange à quantidade mínima de atletas.
A título de provocar uma reflexão sobre o problema seria interessante avaliar a possibilidade de estes clubes
participarem exclusivamente das competições voltadas às divisões de base, pois o investimento é menor, além de se conseguir manter as tradicionais rivalidades - vitais
ao esporte - em um nível racional e ponderado.
Já as competições nacionais
voltadas aos adultos teriam a cidade que sedia as equipes como representante.
Exemplificando: o Rio de Janeiro se constituiria como uma entidade esportiva e passaria a ter equipes de algumas modalidades olímpicas, se capacitando assim para atrair patrocinadores – eventualmente a própria prefeitura e, consequentemente, melhores
jogadores.
Algo, guardadas as
devidas proporções, semelhante ao modelo das ligas americanas, onde as
principais cidades costumam sediar franquias que as representam e atraem público para seus jogos.
Nesse desenho, as
próprias instalações erguidas e/ou reformadas para os Jogos de 2016 poderiam
ter uma utilização maior e melhor.
O argumento de que haveria
uma diminuição no número de equipes disputando os campeonatos nacionais não
parece coerente na medida em que essa limitação já existe, visto ser finita a
quantidade de times, além do que, poderiam ser criadas ligas intermediárias
para o aproveitamento dos atletas que não são demandados naquele momento pelas
equipes que disputam as competições principais.
Se
as ideias aqui contidas são viáveis só um estudo mais aprofundado poderá dizer,
contudo, creio que valha desenvolver projetos que supram as carências de
formação, que não deixem os clubes de futebol distantes dos seus objetivos e
que permitam formatar as competições de modalidades olímpicas como um produto desejado e
rentável.
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